Diversão ameaçada por vigilância esporádica na lagoa Várzea das Flores

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
30/12/2012 às 10:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:10
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Algo semelhante a um arrastão em dia de clássico de futebol. Assim os frequentadores da lagoa Várzea das Flores, em Contagem, na região metropolitana, definem o local durante o verão. Dezenas de jet skis, lanchas e outras embarcações, muitas pilotadas por inabilitados, dividem espaço com banhistas. Uma mistura perigosa que pode terminar em tragédia.   “Está uma loucura. Tem gente achando que jet ski é bicicleta. Só não há acidentes todo fim de semana por sorte”, afirma o empresário Wilken Davidson Drumond, de 43 anos.    Autorizado a guiar embarcações há mais de dez anos, ele teme o pior por causa dos excessos. “É comum ver gente bêbada pilotando, ignorando os riscos. Aqui já teve morte, mas as pessoas não se conscientizam”, diz o empresário.   O cenário presenciado pela equipe do Hoje em Dia em um dos fins de semana de dezembro corrobora o alerta. No início do dia, a movimentação é tímida, mas sempre regada a bebida alcoólica. Com o passar das horas, cresce o número de banhistas e embarcações pela lagoa.    Alguns pilotos se arriscam sem o colete salva-vidas e outros mal largam a latinha de cerveja para subir no jet ski. Questionados sobre o porte de carteira de motonauta ou Arrais Amador (documentos exigidos para pilotar embarcações), a resposta é, na maioria dos casos, negativa.   Risco   “Quase fui atingido por um piloto que não respeitou o limite de velocidade perto da margem, onde pessoas ficam nadando, inclusive muitas crianças”, afirmou um banhista que pediu anonimato. E não é raro flagrar a mesma cena nos pontos de embarque e desembarque de jet skis na orla.   “Já foi pior. Agora que o pessoal da Marinha e os bombeiros ficam por aí, melhorou bastante. Mas ainda tem gente que não respeita”, diz o comerciante José Eustáquio Pereira da Silva, dono de um bar junto à lagoa há 20 anos.    As visitas dos “fiscais da água” podem ser contadas nos dedos. A última blitz da Marinha na lagoa Várzea das Flores aconteceu em 15 de dezembro, quando foram emitidas várias autuações.    O problema é que, apesar das irregularidades, as ações são pontuais. Até no verão, época mais propícia a acidentes por causa do fluxo de banhistas, a presença dos fiscais é rara. “Garanto que, depois dessa visita, eles não voltarão até o fim da estação”, aposta o instrutor náutico Ricardo Camarão.   Saiba mais sobre os riscos e como se previnir neste período de festas e férias na Edição Digital

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