Dose extra de vacina contra febre amarela para mineiros em férias no ES

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
15/01/2017 às 08:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:25

O governo do Espírito Santo solicitou ao Ministério da Saúde, 15 mil doses por mês da vacina contra febre amarela para imunizar os turistas mineiros, que tradicionalmente lotam as praias capixabas durante a temporada de férias.

Com a medida, serão 10 mil vacinas mensais a mais para o Estado, que conta atualmente com 5 mil, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O temor é o de que o surto da doença em Minas chegue ao estado vizinho.

A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo informou que 54 macacos com suspeita de febre amarela foram encontrados mortos em território capixaba desde o início deste ano. Os macacos são um dos transmissores da doença.


As mortes foram registradas nas cidades de Colatina (11), Governador Lindenberg (4), Ibatiba (10), Irupi (8), Baixo Guandu (4) e Pancas (17), conforme a Secretaria de Estado da Saúde.

As amostras de sangue coletadas nos animais foram encaminhadas para análise no Instituto Evandro Chagas, no Pará. A estimativa é a de que o resultado saia em 20 dias.

No Espírito Santo, 54 macacos foram encontrados mortos com suspeita da doença. Bióloga aponta relação com rompimento de barragem

Mas, como medida de prevenção, a partir desta segunda-feira, O Ministério da Saúde vai enviar também 350 mil doses da vacina contra febre amarela para imunizar a população de cidades capixabas que fazem limite com municípios de Minas Gerais.

Vinte e três municípios vão receber as doses extras. “Esta é uma medida preventiva diante dos casos crescentes em Minas Gerais, uma vez que, até o momento, não há confirmação da doença no Estado”, informou por meio de nota a Secretaria.

Óbitos em grande número de macacos em curto período de tempo são considerados como indício da ocorrência da febre amarela e funcionam como alerta para evitar que a doença atinja humanos.

Ontem, a bióloga da Fiocruz, Márcia Chame, levantou a hipótese de que o aparecimento de muitos casos da doença está relacionado com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. Isto porque a tragédia ambiental deixou os macacos mais estressados, susceptíveis a doenças. Também pode ter provocado a fuga para áreas ao entorno daquelas urbanas.

A Fundação Renova, criada pela Samarco, não comentou o assunto.

Minas
Minas Gerais registrou só este ano a morte de 38 pessoas com suspeita da doença. E o número de casos investigados chega a 133, segundo balanço mais recente da Secretaria de Estado de saúde.
O surto de febre amarela levou o governo do Estado a decretar Situação de Emergência em Saúde Pública Regional nas áreas em que foram registrados casos suspeitos. (Com Agência Estado)

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