Estudante acusada de fraudar cotas raciais em mestrado na UFMG diz que 'cometeu um erro'

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
27/11/2017 às 11:44.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:54
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A estudante Ana Carolina Andrade, 27 anos, acusada de fraudar as cotas raciais no processo seletivo de mestrado em comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reconheceu, nesta segunda-feira (27), que “fez mau uso” das ações afirmativas reservadas à candidatos que se autodeclaram negros. Em nota publicada nas redes sociais, a aluna diz que, após pesquisar e conversar com especialistas, concluiu que só não ser branca não basta para que tenha direito ao benefício.

“As cotas são uma ferramenta para aumentar a representatividade dos negros na universidade. Isso NÃO significa que basta eu não ser branca para poder utilizá-las. É necessário que eu represente os negros, é necessário que eu seja negra”, disse. A estudante reforça, porém, que não fraudou o processo seletivo e argumenta que acreditou que a reserva de vagas também fosse destinada aos pardos e descendentes de família negra. 

“A minha autodeclaração foi sincera, mas não existe coerência em eu optar pela inscrição como cotista. Não cometi fraude, cometi um erro”, diz. A aluna ainda afirma no texto que gostaria de corrigir o equívoco, mas sem que a mudança implique na exclusão da aprovação que conquistou no processo seletivo.
 
Até então, a estudante defendia que tinha direito à reserva de vagas porque descendia de uma família de negros. Ela alegava que via a questão como um pagamento de uma dívida histórica com o grupo marginalizado e uma compensação por “crimes de racismo praticados historicamente e cotidianamente por brasileiros”.

“Entendi que eu não preciso ser branca para não me declarar. Eu posso ser parda, morena, mestiça, mas se eu não sou vista como uma negra, eu não tenho legitimidade para representar os negros. Entretanto, se a cor da pele é clara mas as características físicas representam o negro, cabe a autodeclaração”, afirmou.

Confira o post da estudante:

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