(Riva Moreira)
Os professores da educação infantil da capital rejeitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Segundo eles, a greve iniciada em 23 de abril continua por tempo indeterminado.
A decisão foi tomada ontem, em assembleia. Uma nova reunião da categoria deve ser realizada no próximo dia 10. Até lá não há indicativo de novas negociações com representantes do Executivo.
Atualmente, um educador infantil em início de carreira recebe R$ 1.431 por 22,5 horas trabalhadas semanalmente. A proposta apresentada pela prefeitura na última quarta-feira prevê aumento de até quatro níveis na carreira para os profissionais formados em pedagogia ou normal superior e que não tiveram progressão por escolaridade, chegando a rendimentos de R$ 1.680,79.
Para os docentes, o acréscimo de quase R$ 250 não é suficiente. Eles pedem equiparação salarial com os professores do ensino fundamental, o que elevaria os salários para R$ 2.252,42.
Em nota, a prefeitura ressaltou que acatar a reivindicação representa um aumento de 55% na folha de pagamentos e impacto de R$ 80 milhões por ano nos cofres municipais. “Significaria uma medida incompatível com a capacidade financeira da PBH”.
A administração municipal ofereceu aos grevistas reajuste de até 21,5%, condicionado ao retorno imediato às salas de aula. Novas negociações, ainda conforme o Executivo, poderão ser agendadas após a volta das atividades escolares.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede), cerca 4,8 mil docentes (80% dos profissionais) já aderiram à paralisação. A prefeitura informa que 74% das Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) tiveram aulas ontem.