Em 10 meses, 54 mil CNHs foram suspensas na Grande BH

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
09/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:39
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O endurecimento das penalidades para algumas infrações, com acréscimo de maior pontuação na carteira de motorista, e o aumento das blitze de trânsito já têm surtido efeito na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A média diária de condutores com o documento suspenso cresceu 20% de 2016 para 2017, passando de 148 para 178,conforme dados do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).

De janeiro a outubro do ano passado foram 54.173 habilitações perdidas temporariamente, o equivalente a sete por hora. Em todo 2016, foram 54.312, ou seis a cada 60 minutos. A suspensão ocorre quando o motorista alcança 20 pontos ou comete infração gravíssima. 

Foi o que aconteceu com o pedreiro João Alves Batista, de 47 anos. Com 27 pontos na CNH, ele teve que entregar a carteira ao Detran na última semana. A maior parte da pontuação foi por excesso de velocidade e ultrapassagem de sinal vermelho. “Não sei como vou trabalhar agora porque circulo o dia todo pegando orçamentos”, lamenta. 

Ele e outros motoristas na mesma situação caíram na maior rigidez da lei. “As pessoas continuam cometendo as mesmas infrações, mas incorrem em penalidades mais altas, somando 20 pontos com maior facilidade”, afirma o consultor em transporte e trânsito Osias Batista Neto. 

Em novembro de 2016, certas penalidades ficaram mais severas no país. É o caso dos motoristas que dirigem utilizando o celular. A infração passou a ser gravíssima, com sete pontos na carteira de habilitação. Até então, era considerada erro de graduação média, com quatro pontos. 

Estacionar de forma irregular em estacionamento exclusivo de idosos e pessoas com deficiência deixou de ser grave e passou a ser gravíssima. 

Mais blitz

Para o especialista em transporte e trânsito Márcio Aguiar, o maior rigor na fiscalização também pesou. “Em um primeiro momento, o crescimento das blitze fez com que várias pessoas com carteira vencida fossem flagradas. Vendo que a fiscalização está dando certo, quem está circulando com carteira suspensa, com medo de ser pego, entrega o documento”, explica.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), apenas na campanha “Sou Pela Vida, Dirijo Sem Bebida”, foram abordados 105.694 veículos de janeiro a novembro de 2017. O número é 48% maior do que as 71 mil abordagens no mesmo período de 2016.

Porta-voz do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), o tenente Marco Antônio Said conta que, em 2017, a capital passou a ter uma média de 20 blitze por dia. Em nove meses, foram 1.924 operações, uma alta de 107,1% em relação ao mesmo período de 2016, quando aconteceram 929. “As ações têm levado mais segurança ao trânsito”, observa.Editoria de Arte

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