Uma espécie de pau de selfie, com câmera acoplada na extremidade e bateria que permite 12 horas de filmagem, é o novo reforço no monitoramento contra o Aedes aegypti em Belo Horizonte. Até o fim do ano, a capital – uma das nove do país em situação de alerta para o risco de surto de dengue, chikungunya e zika – ganhará 400 equipamentos que permitem uma varredura em locais de difícil acesso, que podem ser tornar potenciais criadouros do mosquito transmissor das doenças.
O Equipamento de Vistoria Remota Eletrônica (EVRE), como foi batizado, pesa cerca de um quilo e vem sendo utilizado em caráter experimental há pelo menos seis meses. A microcâmera é capaz de capturar imagens de telhados, calhas, redes de esgoto e caixas d’água, por exemplo. As medidas tomadas caso sejam detectados criadouros ou riscos potenciais para o desenvolvimento da larva são as mesmas já utilizadas: aplicação de larvicida e notificação do morador.
A tecnologia será distribuída nos 150 centros de saúde e poderá custar cerca de R$ 500 mil.
“Acreditamos que o valor diminua com a aquisição de mais unidades. Cada coordenador das equipes de agentes de saúde ficará responsável pelo equipamento”, observa o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta.
Balanço
Até o momento, 154.768 pessoas tiveram dengue na capital mineira, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Em Minas, o número de registros é mais do que três vezes superior. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até o último dia 30 foram confirmados 525 mil casos.
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, realizado pelo Ministério da Saúde e pelos municípios brasileiros, listou 80 cidades mineiras em situação de perigo para o surto das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Ontem, alunos da Escola Estadual São Pedro e São Paulo, no bairro Novo Santa Mônica, na região de Venda Nova, participaram das ações de mais um dia nacional de Combate ao Mosquito da Dengue. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame, veio a BH e pediu a união de esforços. “O envolvimento das crianças ajuda a conscientizar os familiares e a comunidade onde estão inseridas”, afirmou. Os estudantes apresentaram um teatro para alertar sobre os focos da doença.
Durante o encontro, ficou definido que será realizado um mutirão de órgãos públicos e estatais em unidades de saúde, escolas, residências, canteiros de obras e outros locais, marcando a intensificação das ações para impedir proliferação do Aedes. A programação prevê que todas as sextas-feiras sejam dedicadas à verificação de possíveis focos.