Escola centenária de Sabará será revitalizada; investimento previsto é de R$ 3,3 milhões

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20/07/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:39
 (Carlos Alberto/Imprensa MG)

(Carlos Alberto/Imprensa MG)

As obras de ampliação e restauração da centenária Escola Estadual Paula Rocha, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), serão iniciadas ainda neste mês. As intervenções fazem parte de uma demanda antiga da população da cidade.

O prédio que abriga a unidade foi interditado em 2012, após vistoria do extinto Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop). No ano seguinte, os alunos foram transferidos para outros dois colégios estaduais próximos à escola Paula Rocha.

Nessa quarta-feira (19), o governador Fernando Pimentel assinou despacho determinando que Secretaria de Estado de Educação (SEE) e Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) iniciem os trabalhos no local. Nas obras, deverão ser investidos cerca de R$ 3,3 milhões. A previsão de conclusão é para o fim de 2019.

“Inicialmente, nós tínhamos um projeto. Depois, ele não foi aprovado pelo Iepha (Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), teve de voltar e refazer. Nesse meio tempo, perdeu-se o contrato original, e tivemos que fazer outra licitação. Tudo no setor público é muito demorado. Mas conseguimos chegar ao final desse processo e a ordem de serviço já foi dada”, afirmou Pimentel durante a solenidade de assinatura do documento.

“Tem que chegar perto dos prefeitos e escutar qual é a necessidade e deixar que as comunidades escolham. Tem a ponte, tem a escola, tem o posto de saúde, tem o quartel da PM. Tudo tem que ser feito, mas qual é o mais importante?”Fernando PimentelGovernador

Reforma

O prédio da Escola Estadual Paula Rocha tem arquitetura neoclássica e faz parte do centro histórico de Sabará, tendo sido tombado em 1938 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Dentre as intervenções previstas, estão serviços de restauração do prédio principal, pintura da lateral e de ladrilhos, além de recuperação de pisos, forros, portas e janelas. As instalações hidráulicas e elétricas serão trocadas.

Está prevista a construção de um anexo com 362 metros quadrados de área construída, implantação de rampas cobertas e descobertas, instalação de plataforma de deslocamento vertical para acessibilidade, sistemas de combate e prevenção de incêndio e de proteção contra descargas atmosféricas.

Segundo o prefeito de Sabará, Wander Borges, a realização das obras é uma demanda antiga de diferentes setores da sociedade. Ele contou que estudaram por lá, dentre outros, o ministro Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e o desembargador Hélio Costa, ex-membro do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “Essa obra é da sociedade, e hoje a gente vê realizado um sonho”, observa Wander.

Para a diretora da escola, Fátima Regina, o prédio tem grande influência histórico-cultural em diferentes gerações de moradores da cidade. “É um orgulho. É uma escola tradicional, mas não é uma instituição que se perdeu nesse tradicionalismo. Por isso, ela é tão procurada, mesmo nessa atual situação que estamos, porque os pais querem que seus filhos estudem na Escola Estadual Paula Rocha. Tudo o que a gente mais quer é voltar para o verdadeiro local”, afirmou.

Fórum regional priorizou reforma na instituição estadual

A reforma da Escola Estadual Paula Rocha foi uma das demandas apresentadas pelos moradores e lideranças de Sabará durante a realização do Fórum Regional Metropolitano. Para o governador Fernando Pimentel, por esse mecanismo, a população consegue priorizar o que é mais importante.

“O Estado está em uma situação orçamentária terrível. Quem tem pouco dinheiro, não pode errar na aplicação e, para não errar, tem que ouvir a população. Tem de deixar que as comunidades escolham aquilo que é mais importante. E, por isso, criamos os Fóruns Regionais de Governo”, completou o governador.

História

A Escola Estadual Paula Rocha foi fundada em 4 de julho de 1907, recebendo a denominação de Grupo Escolar de Sabará. Criada a partir da reunião de cinco cadeiras existentes na região, foi o terceiro grupo a ser criado em Minas Gerais, no Governo João Pinheiro.

Em 1911, passou a chamar Grupo Escolar Paula Rocha, homenagem a Séptimo de Paula Rocha, professor em escolas de Sabará e fiscal do governo federal, além de presidente da Câmara Municipal entre 1910 a 1913.

O Grupo funcionou como escola anexa da antiga escola Normal Delfim Moreira até 1925, sendo transferida no mesmo ano para um novo prédio, no Largo do Rosário. 

Considerada patrimônio histórico, a unidade de ensino tem um salão nobre, que guarda mobiliário e utensílios escolares do início do século 20, além de documentos produzidos pelos docentes desde a inauguração.

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