Estrela Brilhante trava ampliação de parque no Norte de Minas

Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
13/08/2012 às 07:13.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:24
 (Dione Afonso)

(Dione Afonso)

MONTES CLAROS – A invasão da Fazenda Buriti do Campo Santo/Cedro pela Associação Estrela Brilhante, nova entidade de defesa da reforma agrária, está travando a ampliação do Parque Estadual da Lapa Grande, em Montes Claros.

A fazenda pertence ao espólio do ex-prefeito Simeão Ribeiro Pires e tem 2.376 hectares, que seriam desapropriados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e anexados aos 8 mil hectares do parque. A fazenda foi invadida em maio de 2011 e 102 famílias ocuparam até a sua sede.

O juiz Laisson Baeta Braga Neves, da 4ª Vara Cível concedeu a reintegração de posse da propriedade, e a Polícia Militar programou a desocupação de forma pacífica para esta semana.


Nascente

A gerente regional do IEF, Anelisa Melo Miranda, disse que a ampliação do parque foi anunciada em 2008 e inclui a Fazenda Buriti do Campo Santo/Cedro, localizada na área contínua ao parque. Porém, com a invasão pelos sem-terra, o Estado suspendeu a desapropriação.

A fazenda tem importância estratégica por causa da nascente do rio Cedro, um dos responsáveis pelo abastecimento de água de Montes Claros. Também há grutas e cavernas de relevância.

Para o ambientalista Eduardo Gomes Assis, do Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Montes Claros (Codema),o mais grave é a derrubada de várias árvores sem licenciamento ambiental. “Elas são protegidas pela Lei da Mata Seca”, diz Eduardo.

O local tem rico acervo espeleológico em suas cavernas e grutas . Eduardo formou uma equipe de pesquisadores para verificar a situação das cavernas, mas o grande número de pessoas no local coloca o acervo em risco.
 

Advogado nega

O advogado Reivaldo Arruda, defensor dos sem-terra, nega qualquer depredação ambiental. As 102 famílias instaladas no local estariam conscientes da importância da preservação. Ele lamentou que os proprietários estejam fazendo denúncias para acelerar a reintegração de posse, ainda a ser discutida na Justiça.

O juiz Laisson Baeta Braga concedeu liminar na ação de reintegração de posse requerida pela viúva Terezinha Jardim Ribeiro. O principal argumento é o de que o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) alegou que a propriedade tem duas cavernas de valor cientifico, assim como a Copasa atestou que dentro da propriedade existe o sistema de água de Rebentão dos Ferros, que abastece uma parte de Montes Claros.

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