Estudante recorre ao Ministério Público por não conseguir concluir inscrição no Sisu

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
25/01/2017 às 20:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:33
 (Emília Silberstein/UnB)

(Emília Silberstein/UnB)

O prazo para as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) termina amanhã, mas vários estudantes relataram que não estão conseguindo acessar a plataforma digital. Esses candidatos seriam participantes da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrida em 3 e 4 de dezembro de 2016. 

O problema, inclusive, motivou a família de um estudante de Belo Horizonte a fazer uma representação contra o MEC no Ministério Público Federal (MPF). Após várias tentativas, Gabriel Mendes, de 18 anos, disse ter recebido a mensagem “inscrição inválida” ao finalizar a opção do curso no Sisu. A mãe dele, Caroline Mendes, conta que mais pessoas também estariam indo ao órgão procurar os direitos dos candidatos. O MPF disse que só poderá se manifestar quando o caso for entregue a um procurador.

Por meio de nota, o Ministério da Educação afirma que não irá mudar o prazo para as inscrições no Sisu, pois as inconsistências do sistema foram sanadas. A pasta disse ainda que, até as 13h de ontem, o site atendeu 1,6 milhão de pessoas e recebeu 3,1 milhões de inscrições.

Quem não conseguiu fazer a inscrição deve ligar para 0800-616161 ou enviar um e-mail para ouvidoria@mec.gov.br

Além de se sentir injustiçado com a nota obtida no Enem, Raphael Figueiredo também relatou problemas para se inscrever no Sisu. “O MEC alega que o sistema está funcionando, mas são muitas pessoas que não estão conseguindo fazer a inscrição”.

Mais problemas

Segundo Caroline, esse não é o único problema vivenciado pelo filho. Ele, assim como outros que estavam na segunda aplicação da prova do Enem, teriam percebido que as médias obtidas foram inferiores às dos candidatos que fizeram a primeira avaliação. Gabriel acertou 86% da prova e 920 pontos na redação, mas teve uma média que pode não ser suficiente para ele cursar medicina na UFMG.

Um grupo de estudantes que se sentiram prejudicados pela segunda aplicação escreveu uma carta-protesto em que explicam qual seria o motivo para que houvesse uma discrepância entre as notas de quem fez as duas provas. O problema, segundo eles, seria a Teoria de Resposta ao Item (TRI), coeficiente de pontos do Enem em que cada uma das questões varia de acordo com o percentual de acertos e erros de alunos naquele item.

Os candidatos acreditam que o alto índice de abstenção na segunda aplicação (10% a mais do que na primeira) tenha interferido no TRI das questões. 
O MEC garantiu não haver diferenciação entre aqueles que fizeram a segunda aplicação. O Enem foi adiado para mais de 273 mil pessoas no país por causa de ocupações estudantis nos locais de provas.

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