Estudo sobre câncer de rim busca voluntários

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
10/09/2015 às 06:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:42
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Pesquisadores mineiros estão em busca de voluntários para um estudo inédito de tratamento de câncer renal. Belo Horizonte foi uma das quatro capitais brasileiras escolhidas para participar da iniciativa, que consiste na combinação de duas drogas (ipilumumabe e nivolumabe) para impedir que as células tumorais consigam se camuflar e se esconder dos agentes de defesa do organismo.   Para fazer parte da pesquisa, os pacientes precisam ter recebido o diagnóstico de câncer de rim em estágio avançado ou metastático (disseminado para outros órgãos) e não terem sido tratados previamente.   “Até há pouco tempo, esse era um tipo de tumor que não tinha tratamento. Depois, com medicamentos, conseguimos fazer com que a doença regredisse na maior parte dos casos, aumentando a sobrevida. Agora, estamos buscando alternativas ainda melhores”, define o pesquisador do Hospital das Clínicas André Murad, responsável pelos estudos em BH.   Prazo curto   Segundo ele, o excesso de burocracia acabou adiando o início do recrutamento de voluntários nacionais – além do Brasil, outros 24 países participam do estudo. Agora, os médicos têm apenas dois meses para conseguir formar um grupo. “Queremos pelo menos dez pessoas para fazermos bonito em relação às outras capitais envolvidas. Todos são bem-vindos e, quanto mais gente, melhor”.   Para os pacientes selecionados, os medicamentos e exames realizados durante o estudo serão oferecidos gratuitamente. “Essa medicação não está disponível no Sistema Único de Saúde, então é vantagem para os doentes. São medicamentos inovadores, testados e com eficácia verificada em estudos anteriores”, diz a coordenadora de estudos Alessandra Dias.   Por enquanto, apenas um paciente do interior de Minas está em processo de recrutamento, conforme Alessandra. “Ele fez uma cirurgia de grande porte recentemente e está se recuperando. Assim que ele estiver apto, virá a Belo Horizonte para fazer um procedimento de seleção”.   Mecanismo   O resultado esperado pelos médicos é o aumento do tempo de vida de pacientes considerados terminais. Combinados, o ipilumumabe e o nivolumabe devem fazer com que o organismo volte a reconhecer as células do câncer como corpos estranhos e que os linfócitos destruam os invasores.   “Fazendo uma analogia, o procedimento é basicamente assim: se um ladrão entra em uma casa e desliga a chave-geral de energia, ele não é visto. Juntos, os dois medicamentos funcionam como o religamento da luz”, explica Murad.   Pacientes com perfil para o estudo podem acionar o centro de pesquisa em BH pelo telefone (31) 3047-4652.

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“O paciente que notar que se enquadra nos critérios pode nos procurar para ser avaliado”André Murad, Pesquisador do Hospital das Clínicas

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