A BHTrans publicou na noite desta segunda-feira (29), no site da autarquia, o estudo entregue pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRA BH), que reivindica a revisão contratual e consequentemente, um possível aumento das tarifas do transporte público. O valor sugerido pelo levantamento, a pedido das empresas de coletivos de Belo Horizonte, é de R$ 3,50, ou seja, um aumento de 12,83%.   O estudo elaborado pela Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda. possui 86 páginas e foi concluído em maio deste ano. A íntegra do levantamento está disponível neste link.   Dados   Segundo o levantamento, que não pode ser considerado uma auditoria contabil, os atuais valores contratuais de custos, receitas e investimentos e projeção futura não se concretizaram para os dois anos decorridos da projeção. O estudo levou em conta as informações no período compreendido entre 1º de maio de 2013 e 28 de fevereiro de 2015.   Conforme o estudo, os atuais valores contratuais de custos, receitas e investimentos e projeção futura não se concretizaram para os dois anos decorridos da projeção. Foram levados em conta dados fornecidos pelo SetraBH, BHTrans, IBGE, além de demonstrações financeiras públicas de companhias do setor de transporte, entre outros.   Atualmente, 95,60% da receita das empresas vem do pagamento das tarifas, seja por meio de bilhetagem eletrônica ou dinheiro. A variação mensal da arrecadação com passagens, no ano passado, foi como valor máximo de R$ 92 millhões, em outubro de 2014, e mínimo de R$ 74 millhões, nos meses de janeiro de 2014 e junho de 2014 (férias e Copa do Mundo).   Quando aplicado a correção monetária na arrecadação tarífária, o estudo indica que houve queda na receita desde 2008 até o fim do estudo, sendo R$ 107 milhões em março 2009 e de R$ 75 milhões em fevereiro de 2015.   Ao todo, as despesas das empresas se dividem em: Custos com pessoal de operação (38%), combustível (19,3%), despesas administrativas (14%), peças e acessórios (7%), garagem (2,8%), rodagem de pneus (2,2%), despesas de comercialização (2%), locação de sistema de software (1,6%), lubrificante (0,8%), seguros e IPVA (0,8%) e outros (11,5%).   O estudo aponta que a receita esperada no ínicio do contrato atual teve diferença negativa de 9,78% em relação ao esperado. Também houve aumento dos custos, em 18,10% acima do projetado inicialmente. Um dos exemplos apresentados foi o preço do óleo diesel, que subiu de R$ 2,35 para R$ 2,60. Além disso, também houve regressão da quantidade de pessoas transportadas e um grande aporte de investimentos feito pelas empresas.   Cobrança   A reinvidicação do aumento da passagem surgiu após a greve dos trabalhadores rodoviários, durante os dias 8, 9 e 10 de junho, prejudicanto milhares de pessoas. A paralisação foi realizada devido ao não pagamento de direitos trabalhistas prometidos pelas empresas à categoria. O Setra informou que as concessionárias não tem como pagar com o valor, pois opera no vermelho e enviou um relatório, pedindo um o subsídio do sistema ou aumento das tarifas.   O atual contrato entre a BHTrans e as quatro concessionárias de transporte público de BH - Pampulha, BHLeste, Dez e Dom Pedro II - permite que as tarifas de ônibus na capital seja reajustadas, anualmente, em 29 de dezembro. Porém, as revisões contratuais podem ser requeridas a qualquer momento ao longo da vigência da concessão de 20 anos.   Defensoria Pública   A Defensoria Publica de Minas Gerais chegou a ajuizar na úlimta segunda-feira (22), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um pedido de medida cautelar em caráter de liminar, solicitando o impedimento de qualquer possibilidade de reajuste nas tarifas de transporte público de Belo Horizonte. A medida, que teve como iniciativa o movimento Tarifa Zero. O objetivo é comprovar a afirmação das empresas de ônibus de que operacionalidade do sistema está no vermelho.   Atualizado às 21h07  

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