Pelo menos 14 mulheres foram vítimas do "estuprador da Pampulha" - cinco adolescentes e outras nove com mais de 18 anos -, segundo as conclusões do inquérito da Polícia Civil, apresentadas na tarde desta quinta-feira (11), na capital mineira.
A delegada Isabella Franca, titular da Delegacia Especializada de Proteção a Criança e Adolescente, contou que as investigações começaram em janeiro deste ano, quando uma das vítimas procurou a delegacia para fazer a denúncia. Nos meses seguintes, surgiram novos casos, sempre semelhantes: um homem negro, alto, forte, que abordava as vítimas com um canivete, em um lugar ermo.
Com o depoimento das mulheres, a polícia chegou a um retrato falado. Em seguida, com a descrição e as imagens de câmeras de segurança próximas aos locais dos crimes, que mostravam um indivíduo com uma moto vermelha, a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente chegou ao suspeito. E buscas foram feitas na casa dos pais dele, em Belo Horizonte, e também em Ribeirão das Neves, onde ele morava e foi encontrado nessa quarta-feira (10).
Confissão
Segundo a delegada Isabella Franca, o vigilante autônomo Vander José Aparecido de Oliveira, de 34 anos, confessou cerca de dez estupros. Durante o depoimento à PC, ele ainda chegou a dizer que não machucou nenhuma das vítimas.
As investigações ainda apontaram que, apesar dos primeiros registros de estupros noticiados pela imprensa serem na Pampulha, os crimes ocorreram em várias regiões da capital, como nos bairros Bom Jesus e Cachoeirinha, na região Noroeste e no Jardim Leblon, em Venda Nova, além dos bairros Jardim Bandeirantes e Itatiaia, na Pampulha.
"Ele agia onde via oportunidade, por onde estava passando, sem um horário específico. Há registros no início da manhã, ao meio-dia e à noite", conta Isabella.
De acordo com as investigações, uma das mulheres contou à polícia que pediu informação para o suspeito em um ponto de ônibus. Depois, o homem seguiu a vítima e a estuprou. Em outro caso, segundo a delegada, o homem chegou até a improvisar um local com um papelão para esperar por uma vítima. Flávio Tavares Objetos apreendidos na casa do suspeito
Apreensões
Durante as buscas, outros objetos foram apreendidos na casa do suspeito, como a blusa usada por ele, a arma do crime e cinco celulares. Apenas um aparelho foi reconhecido por uma das vítimas. possam ser de outras mulheres que também tenham sido abusadas.
A pena, em cada caso, é de oito a doze anos, quando adolescente, e de seis a dez anos, quando maior de 18.Polícia Civil/Divulgação / N/A
Retrato falado do suspeito pode encorajar mais vítimas a procurar a delegacia para denunciar outros crimes
Veja o vídeo com a entrevista da delegada:
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