Violar o corpo de alguém, obrigando a pessoa ao ato sexual, é um dos crimes mais horrendos que podem ser praticados. Quando essa violência é cometida contra crianças, adolescentes e outros vulneráveis, a prática parece ainda mais assustadora.
Em Belo Horizonte, os estupros efetuados envolvendo o grupo cresceram pelo menos 6%, se comparados os anos de 2015 e 2016, até o mês de novembro. Os casos registrados ligados à essa parcela da população correspondem a 49,2% de todos os estupros registrados na capital.
São considerados vulneráveis, menores de 14 anos, pessoas doentes ou deficientes (portadores de retardo ou insuficiência) mentais, mas as principais vítimas, historicamente, são as crianças.
Repercussão
De acordo com a subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Larissa Amorim Borges, esse aumento de ocorrências pode ser reflexo dos casos de estupro que ganharam visibilidade no ano passado, o que teria encorajado as denúncias, uma vez que há uma subnotificação.
“Geralmente, os dados de estupro são até dez vezes menores do que a estimativa do que realmente acontece”, afirma a subsecretária.
Em 2015, incluindo as tentativas, foram 643 ocorrências, sendo 285 contra vulneráveis. Já no ano passado, em 11 meses, estão registrados 616 eventos. Desses, 285 envolvendo menores de idade e deficientes.
Para o especialista em segurança pública Luis Flávio Sapori, essa oscilação pode ser muito em função de um maior número de denúncias e notificações junto às polícias.
“Não significa um aumento. É um crime que vem mantendo uma relativa estabilidade no Brasil”, observa.
Convergência
Alguns bairros concentram um maior número de registros de estupros em BH, como o Centro, o Barreiro e o Céu Azul. Porém, Larissa Amorim acredita que não há, nessas regiões, mais casos do que em outras. Para ela, nessas áreas, as mulheres denunciam mais os casos ocorridos.
O Comando de Policiamento da Capital (CPC), da Polícia Militar, informou que a queda nos números gerais de estupros em BH é resultado do reforço do policiamento em pontos críticos.
Em nota, o CPC informou que a concentração de estupros em alguns bairros é causada diretamente pelo aumento no número de moradores de rua, na quantidade de eventos públicos e pelo excesso de consumo de álcool.
A Polícia Civil foi procurada para comentar o assunto, mas não retornou até o fechamento desta edição.Editoria de Arte / N/A