Ex-mulher e amigo de cabo estrangulado e queimado em Uberlândia são indiciados

Tabata Martins - Hoje em Dia
08/08/2013 às 14:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:48

A ex-mulher e amigo do cabo da Polícia Militar que foi estrangulado e ainda teve o corpo queimado pelo casal em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O inquérito sobre o assassinato já foi encerrado e será encaminhado à Justiça ainda nesta quinta-feira (8).   De acordo com o delegado responsável pelas investigações do caso, Helder Paulo Carneiro, a ex-soldado Kellen Cristina do Carmo Alves, de 34 anos, e Evani Felix Santana, de 45 anos, permanecem presos na cadeia da cidade e um pedido de habeas corpus a favor da detida foi negado pela Justiça.   O caso foi encerrado após ser feita a reconstituição do crime nessa quarta-feira (7). A ex-esposa da vítima, Silas Bonifácio da Silva, também de 45 anos, se recusou a participar do procedimento, que foi feito apenas com a ajuda do comparsa dela.   Durante o procedimento, Evani confirmou o depoimento que já havia prestado ao delegado e ainda fez questão de contar detalhes de como o policial foi morto, além de afirmar várias vezes que se arrependeu do que fez. O indiciado ainda confirmou para Helder Paulo que a mulher dopou Silas com remédio para dormir antes dele ser assassinado e queimado. "Ele relatou que, assim que chegou na casa de Kellen, como já havia sido combinado entre eles, encontrou o cabo deitado no sofá e inconsciente. Em seguida, ele afirmou ter estrangulado a vítima com um fio de telefone e ainda contato com a ajuda de Kellen para sufocar o policial com um travesseiro. Na sequência, o casal colocou o corpo dentro do carro do cabo, que Kellen dirigiu até um posto de combustível, sendo seguido por Evani em outro carro. Perto do estabelecimento, ele desceu e comprou o galão de gasolina usado para atear fogo no cadáver e carro da vítima, enquanto Kellen o esperou na esquina e com o corpo do ex-marido escondido no porta-malas", disse.     Entenda o caso   O crime ocorreu no dia 27 de julho deste ano, mas só foi descoberto no dia 28, quando o Peugeot 206 Passion da vítima, o cabo da Polícia Militar Silas Bonifácio da Silva, de também 45 anos, foi encontrado por companheiros de trabalho dele. Os militares confirmaram a suspeita de que o policial havia sido assassinado consultando a placa do veículo. Em seguida, eles foram até a casa do cabo, onde não o encontraram e atestaram que o corpo localizado carbonizado, possivelmente, seria dele. Em seguida, eles se dirigiram até a residência da ex-mulher do cabo para avisar sobre a morte do oficial. No entanto, assim que foram recebidos por Kellen, que é ex-soldado, os militares perceberam que ela estava com os braços e o rosto queimados. Ao ser questionada sobre a origem dos ferimentos, Kellen, que tem dois filhos, de 3 e 10 anos, com o cabo, alegou que havia queimado ao mexer na churrasqueira da sua casa, no bairro Tibery. Porém, após longa conversa com os colegas do ex-marido, a mulher acabou confessando o crime.   No primeiro depoimento, Kellen afirmou que agiu em legítima defesa e ainda contou ao delegado Helder Paulo que o crime ocorreu depois que Silas foi até a sua residência em um sábado a noite para entregar um dos filhos do casal. Segundo a detida, após pegar a criança, ela convidou o ex-marido a permanecer no imóvel, onde ele tomou vinho na companhia da ex-mulher e foi embora horas depois. Em contrapartida, ainda conforme relatos de Kellen, o cabo retornou à casa onde morava com a família antes da separação e convidou a ex para dar uma volta de carro. A ex-soldado aceitou o convite e o casal seguiu em direção à uma área afastada da cidade, perto do bairro Jardim Ipanema. Nesse local, conforme alegação da ex-soldado, o cabo teria tentado fazer sexo à força com ela. Kellen contou que achou um fio no chão, o enforcou e jogou o corpo dentro do porta-malas, onde havia um isqueiro e uma garrafa de álcool. A ex-soldado, então, resolveu queimar o veículo e o cadáver antes de fugir.   Já no segundo depoimento, Kellen revelou que não agiu sozinha e que ela e Evani planejaram matar Silas há um mês. No mesmo dia, Evani, conhecido em Uberlândia pelo apelido de “Baiano”, foi preso em casa, no bairro Jardim Ipanema.   A separação   Kellen e Silas deram fim ao casamento há três meses e, segundo informações levantadas pela polícia com familiares do casal, os dois tinham um relacionamento conturbado e sempre brigavam muito em relação à divisão de bens de uma empresa que Kellen abriu há um ano, quando deixou a carreira militar para se dedicar aos negócios. 

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