Exame previne prejuízos a recém-nascidos

Raquel Ramos - Hoje em Dia
08/06/2015 às 06:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:23
 (Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Hoje em Dia)

Sancionada pelo governo federal em junho de 2014 e obrigatória desde dezembro, a nova lei que obriga hospitais a fazerem o teste da linguinha em recém-nascidos ainda não é aplicada em todas as unidades das redes municipal e estadual de saúde. O exame pode prevenir problemas na amamentação e na fala das crianças ao detectar alterações no frênulo lingual do bebê (membrana que liga a língua à parte inferior da boca).   A avaliação é simples e deve ser feita nos primeiros dias após o parto, preferencialmente por fonoaudiólogos ou odontopediatras. Um protocolo que inclui perguntas à mãe, análise da anatomia da boca e da língua do neném e observação do comportamento dele durante as mamadas é capaz de identificar se há alguma anomalia. Em casos de dúvidas, o teste é refeito depois de um mês.   Dificuldades   O recém-nascido que apresentar o problema terá dificuldade na amamentação e, portanto, estará mais susceptível à perda de peso que poderá resultar no desmame precoce, explica Juliana Braga Reis, mestre em ortopediatria.   “Isso ocorre porque o bebê não consegue apreender o mamilo da forma certa. Então, terá cansaço enquanto faz a sucção do leite e fará muitas pausas durante a mamada. Sem contar que isso causa muita dor na mãe”.   Mais tarde, a alteração no frênulo lingual – que popularmente é chamada de língua-presa – poderá prejudicar a fala da criança. “Geralmente, a dicção das letras d, l, r, s, t são as mais afetadas. São os fonemas pronunciados com a língua entre os dentes”.   Todos esses sinais foram observados em Penélope, de 5 anos, filha da auxiliar de produção Thaysa Raphaela Queiroz. “Ela não consegue dizer algumas palavras e, quando bebê, mamou com bastante dificuldade. Mas eu nem suspeitava que poderia existir um problema e só fui procurar ajuda agora”, conta. A fonoaudióloga indicou um procedimento cirúrgico, conhecido como pique na língua.   Já precavida, Thaysa levou a caçula Alice, de 5 meses, para uma avaliação, que também constatou a alteração no frênulo lingual. Como o caso é mais simples, o acompanhamento com um fonoaudiólogo será suficiente para evitar prejuízos.   Tratamento   “Se o problema não é severo, podemos fazer exercícios que aumentam a elasticidade do freio e ajudam a criança em todas as funções que envolvem a língua, como sucção, fala e mastigação”, ensina Rafaela Gorza, presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia.   Em outras situações, como a de Penélope, por exemplo, o mais indicado é a cirurgia. “É um pequeno corte no freio para que a língua tenha mais movimento”.   Quanto antes a intervenção for realizada, mais simples será, ressalta a ortopediatra Juliana. “O recém-nascido pode estar no colo da mãe. Utilizamos uma anestesia tópica e, com tesoura ou bisturi, fazemos o corte. A hemorragia é controlada com gaze”. A crianças maiores podem levar alguns pontos no local.   Burocracia dificulta realização de procedimento pelo SUS   Embora a Lei 13.002 já esteja valendo há cinco meses, o teste ainda não foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) porque depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). No entanto, um pedido já foi encaminhado ao órgão, que será responsável por elaborar diretrizes terapêuticas para o exame. Enquanto o processo burocrático não chega ao fim, cada unidade de saúde da rede pública adota um procedimento.   Segundo a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), apenas a Maternidade Odete Valadares, no Barro Preto, e o Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora, já fazem a avaliação do frênulo lingual dos recém-nascidos. Quando necessário, a operação é feita no mesmo local.   A promessa é que, em breve, os hospitais Júlia Kubitschek, na capital, e Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, também comecem a realizar o teste nos bebês.   Rede Municipal   A Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que enquanto o Ministério da Saúde não finaliza o protocolo para regulamentação da lei, a análise do frênulo lingual dos nenéns é feita por um médico pediatra da maternidade, em um exame de rotina que examina integralmente a criança que nasceu.   Na rede privada, os pediatras da maternidades da Unimed e do Mater Dei também já adotam a prática. Só nesse último, cerca de 1.100 recém-nascidos foram avaliados desde o último mês de dezembro.   Mamografia reduz em 40% mortes por câncer   Mulheres com idades entre 50 e 69 anos que fazem mamografia regularmente – a cada dois anos – reduzem em 40% o risco de morrer de câncer de mama, segundo estudo internacional publicado no New England Journal of Medicine, conduzido por especialistas de 16 países. Os pesquisadores avaliaram os efeitos positivos e negativos dos diferentes métodos de triagem para o câncer de mama, com base em testes clínicos e estudos observacionais. Mais de 500 mil mulheres morrem, anualmente, da doença, segundo a OMS.   “A análise vai ajudar a tranquilizar as mulheres para o fato de que as mamografias salvam vidas e são uma ferramenta essencial para aumentar o diagnóstico precoce e, assim, reduzir a mortalidade”, explicou o professor Stephen Duffy, da universidade Queen Mary of London, um dos autores da publicação. O estudo mostra que os benefícios das mamografias são superiores aos aspectos negativos, tais como resultados falso-positivos, sobre-diagnósticos e cânceres potencialmente causados por efeitos de radiação.   Evento gratuito para futuros cardiologistas   O Biocor Instituto realiza, em 10 de junho, a XII Jornada dos Especializandos em Cardiologia, para a comunidade. O evento tem inscrições gratuitas. Informações: (31) 3289-5080 ou biocor.com.br.   Seminário de gestão em saúde do Mater Dei   O Mater Dei faz 35 anos e comemora a data promovendo o VI Seminário de Gestão em Saúde. O evento será em 12 de junho, das 8h30 às 17h50, na unidade da av. do Contorno, 9.000. Inf: materdei.com.br.   Novidade para tratar doenças neurológicas   IMUNOLÓGICO   Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Virginia (UVA), nos EUA, anunciaram uma descoberta que pode levar a uma alteração na literatura médica e mudar a abordagem sobre tratamentos de doenças neurológicas, como o autismo, o Alzheimer e a esclerose múltipla. De acordo com um estudo publicado na revista científica “Nature”, especialistas determinaram que o cérebro humano está diretamente ligado ao sistema imunológico do corpo por meio de vasos até então desconhecidos.   EM CAMUNDONGOS   A descoberta foi possível pelo trabalho de Antonine Louveau, pós-doutorando da UVA. Os vasos foram detectados depois que Louveau desenvolveu um método para montar as meninges – sistema das membranas que revestem o sistema nervoso central – de camundongos em um único slide para que pudessem ser examinadas de uma vez. Após notar padrões de vasos na distribuição das células imunológicas em seu slide, ele realizou um teste para vasos linfáticos e os encontrou.       Com agências

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