Experiências passadas: para especialistas, toda ação é considerada carma

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
16/11/2015 às 07:11.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:29
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

As expressões populares “aqui se faz, aqui se paga” e “cada um colhe o que planta” são comumente utilizadas para justificar as consequências de cada ato. Já o conceito de “carma” parece não estar claro para muita gente, embora seja muito semelhante aos desses ditados em diferentes doutrinas.

“Toda e qualquer ação é carma. Na nossa vida, mesmo as pessoas não sabendo, nenhuma ação pode ser separada do resultado, que vem do que falamos, fazemos e pensamos. Não existe injustiça, cada um recebe aquilo que merece”, explica a yogueterapeuta e reiki master Maria José Marinho, com base nas definições do hinduísmo e do budismo.

Mas, mesmo não compreendido, muitas vezes, o tema desperta a atenção de várias pessoas. Prova disso é a repercussão que a novela da Globo “Além do Tempo” tem tido – nas redes sociais, foram criadas comunidades só para discutir o folhetim. A trama de Elizabeth Jhin começou narrando histórias ambientadas há 150 anos e, depois, deu um salto no tempo até os dias atuais. Após a passagem, a história começou a mostrar as personagens vivendo hoje os efeitos das experiências que tiveram na vida anterior.

Respostas no corpo

“Tudo que aconteceu no passado está continuando. Nós somos assim, repetimos erros, falhas, atitudes. Quero promover um debate para ajudar as pessoas a entenderem melhor o que é isso”, antecipa Maria José, que está organizando, junto ao Consulado da Índia em Belo Horizonte, um evento sobre o assunto.

Segundo ela, é importante entender esse conceito para compreender que a soma de sentimentos, caráter, lembranças e ações pode ter efeito físico também. Nas doutrinas orientais, por exemplo, as doenças são consideradas um carma, já que o princípio das enfermidades estaria nas atitudes de cada pessoa.

“As doenças cardíacas vêm de mágoas, ressentimentos, lembranças do passado. As úlceras no estômago são decorrentes da avareza, da competição. É impressionante como os atos levam à aquisição de doenças”, afirma a yogueterapeuta, ressaltando que, por outro lado, o carma também pode curar. “A gente não precisa ser doente a vida toda”.

Variação

No espiritismo, o termo “carma” não é utilizado, mas a ideia de que “tudo que vai, volta” também existe e é denominada lei de causa e efeito ou lei de ação e reação. “Costumo usar uma imagem simples para explicar: a maré. Ela acolhe tudo que atiramos ao mar e leva para longe para, no dia seguinte, trazer de volta à praia de nossas existências. O mesmo acontece do ponto de vista das relações afetivas, das decisões, da família”, define o presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais (Amemg), o médico homeopata e terapeuta de constelação familiar Andrei Moreira.

Segundo ele, é preciso ressaltar que, ao contrário do que alguns leigos pensam, a reencarnação não é apenas uma oportunidade de pagar por erros passados. Essa seria uma “compreensão limitada” da doutrina. “Cada encarnação funciona como uma etapa na escala do progresso, como as fases de uma escola, com aprendizado e provas específicas daquele nível de entendimento e conquistas”.

Emoções equilibradas mantêm bem-estar físico e mental

Crenças e religiões à parte, a influência das emoções na saúde e no corpo do ser humano é indiscutível – sobretudo, as negativas. De acordo com o professor de psicologia e coordenador do curso de neuropsicologia da Universidade Fumec, Lafaiete Guimarães Moreira, embora sejam naturais, as respostas emocionais precisam ser equilibradas.

“Sentir alegria, tristeza, surpresa, o que quer que seja, é importante para nossa espécie. Mas qualquer tipo de emoção excessiva ou crônica pode ser uma ponta ou o desfecho de algo errado que esteja acontecendo”, diz Moreira.

Segundo ele, da década de 1960 para cá, com o avanço da neurociência, dos estudos do sistema nervoso central e do efeito dele nas condições humanas, as emoções ganharam papel de destaque após serem reconhecidas como fundamentais para a tomada de decisões.

“Em geral, não são as emoções que causam problemas, mas as respostas emocionais. Quando pensamos em saúde, pensamos em equilíbrio. É importante que tenhamos medo, mas ele é um dos sintomas mais presentes em pacientes com ansiedade. Precisamos sentir tristeza, mas em excesso ela vira depressão”, exemplifica o professor.

Consequências

O presidente da Amemg, Andrei Moreira, também destaca a importância do equilíbrio emocional e sentimental para a manutenção da saúde integral de um paciente.

“As emoções promovem intensas descargas neuroquímicas em nosso corpo e as moléculas liberadas vão agir sobre as células de todo o organismo, promovendo mensagens intracelulares de ativação ou desativação dos genes, determinando saúde ou doença. Isso se expressará na forma de sinais e sintomas. O corpo é uma tela que expressa a história de vida do indivíduo na forma de capítulos felizes ou infelizes”.

Diante da impossibilidade de dissociar o emocional do físico, a medicina vem, cada vez mais, reconhecendo – e adotando – alternativas para tratar indivíduos em conflito com os próprios sentimentos.

“Terapêuticas como a disciplina mental promovida pela meditação ou a espiritualidade expressa nas orações verdadeiramente sentidas e cheias de significado para o indivíduo já se mostraram cientificamente efetivas no controle de doenças, recuperação de enfermidades e cirurgias, melhor sistema imunológico e menor taxa de recorrências de doenças”, afirma Moreira.

“Tudo que fazemos gera um efeito e ele retorna para nós sem errar endereço” (Andrei Moreira, presidente da Amemg)

OUTRAS DE SAÚDE:

Campanha de Prevenção do ‘pé diabético’ terá testes gratuitos em BH

No próximo sábado, a Santa Casa de BH realizará, gratuitamente, testes de sensibilidade em pacientes diabéticos que quiserem saber em que condição estão os pés. A ação faz parte da “Campanha de Prevenção do Pé Diabético”, uma das complicações mais frequentes da doença. Se as lesões não forem tratadas, existe o risco de amputação dos membros. Para evitar complicações, os pacientes receberão orientações de profissionais de saúde e os resultados dos exames para serem entregues ao médico responsável pelo tratamento. Dentre as recomendações, estão o controle da taxa glicêmica e a realização anual do exame completo dos pés. A campanha será realizada no Centro de Especialidades Médicas da Santa Casa (rua Domingos Vieira, 416, bairro Santa Efigênia).

Vaidade masculina em alta: cirurgias plásticas aumentaram 87% em 6 anos

Levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostra que a procura por intervenções cirúrgicas deixou de ser “coisa de mulher”, como se pensava. De 2009 para cá, o total de procedimentos feitos pelos homens saltou de 72 mil (12%) para 276 mil (22,5%). As três cirurgias mais procuradas por eles são ginecomastia (redução das mamas), lipoaspiração (principalmente dos flancos, papada e região abdominal) e cirurgia de pálpebra. Já na lista de procedimentos não-cirúrgicos mais frequentes estão aplicações de botox, preenchimentos faciais, depilação a laser e peeling químico. Em 80% dos casos, as ginecomastias acontecem ainda na adolescência, enquanto a lipoaspiração é mais comum na faixa etária de 25 a 50 anos. Para especialistas, o aumento na procura pelas cirurgias plásticas pelos pacientes masculinos pode ser justificado pela redução do preconceito, avanço das técnicas utilizadas, diversificação das atividades do homem na sociedade e aumento da expectativa de vida.

‘Mês de Atenção Especial ao Prematuro’ chama a atenção para o problema

Cerca de 40 bebês prematuros nascem a cada hora no Brasil, o correspondente a 12,4% de taxa de prematuridade. No ranking da Organização Mundial da Saúde, o país está entre os dez com maior índice de nascimentos prematuros. Um dos principais desafios à saúde dessas crianças é a dificuldade respiratória, seguida dos problemas neurológicos.

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