Febre amarela avança no país: Minas tem 90% dos casos suspeitos

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
26/01/2017 às 20:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:35

Crescem as suspeitas de febre amarela no país. Balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde aponta 550 pacientes com sintomas da infecção, sendo cerca de 90% deles em Minas. No entanto, os registros também avançam além das fronteiras das Gerais.

Um caso foi registrado em Goiás e outro, no Mato Grosso do Sul. Com isso, sobe para sete o número de estados com notificações da doença. Dos 550 registros, 72 foram confirmados e 23 descartados. Outros 455 estão sob investigação. No total, são 78 municípios com ocorrências da doença. 

Já em Minas, balanço atualizado da Secretaria de Estado de Saúde (SES) – divulgado no fim da tarde de ontem – mostrava 84 casos confirmados de febre amarela. Os óbitos somam 40. Os registros estão concentrados nas regiões do Vale do Rio Doce, Zona da Mata, Jequitinhonha e Mucuri.

Para tentar acabar com o surto nesses locais, a SES realizará novas ações assistenciais de enfrentamento à febre amarela Dentre elas, a contratação de leitos extras em hospitais, apoio nas ações de vacinação, disponibilização de medicamentos e ampliação da disponibilidade de exames. Ações educativas para a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti também estão sendo desenvolvidas.

Imunização

Neste ano, 1,6 milhão de doses da vacina contra a doença foram disponibilizadas para as cidades prioritárias. Dados das regionais de saúde do Estado mostram que foram aplicadas, até o momento, 878.450 imunizações na população desses municípios.

O Ministério da Saúde também anunciou reforço de 11,5 milhões de doses em todo o país. Além dessas, em 2017 foram entregues 5,5 milhões de imunizações aos estados. Em anos em que não houve surto, foram distribuídas entre 800 mil e 1 milhão de vacinas.

Rio faz bloqueio em municípios e infectologistas lançam alerta

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro apresentou, ontem, um planejamento para a ação de vacinação contra a febre amarela. Classificada pelo secretário de saúde Luiz Antônio Teixeira Júnior como “cinturão de bloqueio”, a imunização será realizada em municípios das regiões Noroeste, Norte, Centro-Sul e Serrana, ou seja, em localidades que fazem divisa com Minas Gerais.

O secretário revelou que foram encomendadas 350 mil doses da vacina, das quais 200 mil serão destinadas às cidades alvo da campanha. As demais imunizações servirão como reabastecimento de outros municípios, principalmente na região metropolitana do Rio.

Cuidado

Especialistas em infectologia defendem maior controle dos programas de imunização contra a febre amarela nas cidades, mas alertam também para vacinação desnecessária. Essencialmente, a vacina – que está no calendário nacional – deve ser aplicada nas pessoas que vivem ou viajarão para regiões onde há ou houve registros da doença. 

Os sintomas da febre amarela são febre, dores no corpo, náuseas, vômito e, nos casos graves, insuficiência renal, icterícia (cor amarelada da pele) e hemorragias.

Membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ressaltam que a vacina pode gerar reações adversas, que prejudicam especialmente idosos, gestantes e mulheres em fase de amamentação. 

Para o infectologista Jessé Alves, coordenador do comitê de medicina do viajante da Sociedade Brasileira de Infectologia, uma eventual vacinação em massa é uma medida arriscada. Segundo o médico, dentre os motivos estão os efeitos colaterais que podem ocorrer.

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