(Carlos Stan/Divulgação)
Valorizar a cozinha de quintal, à sombra das árvores. Ao completar 13 anos em 2017, o Festival Igarapé Bem Temperado propõe levar os visitantes para mais perto das mestras da culinária, mulheres responsáveis pela preparação dos pratos que serão apresentados. A festa acontece de 21 a 24 de setembro em Igarapé, na Grande BH. Na programação, que é gratuita, música, comida caipira e muito tempero da roça.
Nesta edição, o evento sai de uma praça do município e vai para o Quintal Espaço Batista, na avenida Professor Clóvis Salgado. A previsão é receber cerca de 12 mil pessoas nos quatro dias de festival. “O volume de pessoas estava crescendo, o que é muito bom, mas queremos promover a experiência dos quintais, para que os participantes tenham tempo de conversar com as mestras e conhecer suas histórias e a dos pratos. Cada receita é fruto de uma pesquisa feita ao longo do ano”, explica Letícia Cabral, gestora cultural e organizadora do Igarapé Bem Temperado.
Para promover essa interação, o Palco Cozinha Show da Memória Culinária é um dos destaques. Por lá, no forno e fogão a lenha e com muita prosa, as senhoras cozinheiras, que têm mais de 60 anos, e chefs convidados ministrarão workshops e apresentarão receitas da cultura gastronômica da cidade.
Importantes nomes da gastronomia mineira e nacional participarão do festival. Entre os convidados estão Eduardo Maya, o holandês Willem Bovekerk e o coordenador do curso de gastronomia das Faculdades Promove, Jackson Cabral.
Volta às raízes
Letícia Cabral enfatiza que o evento também propõe uma volta às raízes, privilegiando a comida mineira. “Quando promovemos esse intercâmbio entre as mestras e os chefs renomados, há um aprofundamento do vínculo desses profissionais com a terra e com as pessoas que propiciam a produção desses alimentos. É uma valorização do que é nosso, estimulando que a cozinha contemporânea mineira esteja mais voltada às nossas técnicas e à nossa história”.
O festival foi criado em 2005 após pesquisa realizada pelo idealizador do evento, Carlos Stan, e pela historiadora Cássia Resende Coelho. O levantamento mostrou que a história de Igarapé está ligada às tradições alimentares e ao modo de fazer culinário dos moradores.