Força-tarefa investiga se há mineração irregular na Serra do Curral

Malú Damázio
madamazio@hojeemdia.com.br
02/05/2018 às 11:56.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:37
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Uma visita técnica na Serra do Curral verifica, nesta quarta-feira (2), se a Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra) estaria minerando ilegalmente uma área de 66 hectares no cartão postal tombado de Belo Horizonte. A hipótese de comitês e organizações de defesa do meio ambiente, que organizaram a ida ao espaço junto com representantes da Câmara Municipal, é que a companhia licenciada para fazer a recuperação do local estaria aproveitando a permissão para exercer atividade mineradora sem permissão do poder público.

A denúncia foi feita por Arthur Nicolato, de 32 anos, médico e morador do Taquaril. Ele conta que, por morar próximo ao local de atuação da mineradora, percebeu impactos na paisagem decorrentes de uma atividade econômica. “Filmei com um drone e vi que, de cima, a Serra apresentava um perfil de que ali estava ocorrendo mineração. Só que a Empabra está lá desde 2008 e, até agora, o espaço segue degradado”, afirma.

Arthur diz que protocolou a primeira denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 2014. Em novembro do ano passado, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) reforçou os pedidos do morador e elaborou um laudo apontando os possíveis aspectos irregulares da atividade da mineradora e impactos no meio ambiente, em especial no Parque do Baleia, área que teria sido afetada irregularmente pela empresa.
 


A área em que a Empabra atua, na capital, faz divisa com o Parque do Baleia e com o município de Nova Lima. A recuperação já teria atravessado o limite para a cidade vizinha e estaria invadindo irregularmente também o espaço da unidade de conservação. 

“Nós pedimos que os órgãos públicos acompanhem mais de perto a ação da Empabra para fiscalizar e verificar se houve prejuízo às áreas verdes. Um possível desdobramento seria o embargo das atividades da empresa, uma sanção administrativa, com paralisação e multa. Em seguida, iria para o aspecto penal, em que ela deve responder se houve crime ambiental, e, caso isso seja constatado, ela teria que reparar os danos”, diz o analista ambiental do IEF Carlos Silveira, ex-diretor do Parque do Baleia, que assina o laudo elaborado pelo órgão.

O representante da Empabra Fernando Cláudio esteve na visita técnica e, ao ser questionado pela reportagem sobre a ação da mineradora, afirmou que a empresa só se posicionaria posteriormente.




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