(CARLOS RHIENCK Arquivo Hoje em Dia)
Faltam dois meses para o inverno, mas as quedas de temperatura dos últimos dias já provocam impactos na Fundação Hemominas, responsável por 95% das transfusões de sangue nas cirurgias eletivas do Estado. A quantidade de doadores caiu 30% só em Belo Horizonte, deixando os estoques reduzidos.
Em média, o ato de solidariedade é feito por 260 pessoas por dia, mas os registros desta semana apontam uma procura de cerca de 180 voluntários a cada 24 horas. A maior preocupação é para o tipo de sangue O negativo, também com 30% abaixo do esperado. Além de ser o mais raro e compatível com qualquer pessoa, ele é muito utilizado pelos hospitais em situações de emergência. Já o AB negativo teve redução de 10%. Os demais estão dentro do nível esperado.
As doenças típicas desta época do ano são as principais responsáveis pelo estoque abaixo do ideal. No frio, as pessoas estão mais suscetíveis a gripes, resfriados, infecções de gargantas e outras viroses, quadros que impedem a doação, já que o voluntário precisa estar saudável.
O alerta, no entanto, é ainda maior a partir de junho. Além do inverno, a realização da Copa do Mundo deve atrapalhar o comparecimento de pessoas às unidades de coleta. “Também contribui para a queda a vacina contra a gripe. A inaptidão para quem recebeu a dose é de 48 horas”, explica Heloísa Gontijo, da Gerência de Captação e Cadastro da Hemominas.
Alerta
A falta de sangue pode levar ao cancelamento de cirurgias eletivas em Minas Gerais. Para evitar que isso ocorra, o pedido da Fundação é que as pessoas que estiverem aptas a doar procurem uma unidade mais próxima.
De acordo com Heloísa Gontijo, o controle do estoque é diário. Sempre que observada a queda de um determinado tipo sanguíneo, o próprio centro entra em contato, por telefone ou carta, com doadores já cadastrados. Por outro lado, nenhuma campanha específica para incentivar o comparecimento está sendo executada ou planejada.
Quem pode doar
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Aqueles que têm mais de 60, no entanto, só estão liberados se já tiverem realizado uma doação antes, e devem respeitar o intervalo mínimo de seis meses entre cada um dos procedimentos.
Homens podem participar até quatro vezes por ano, sempre respeitando um intervalo mínimo de 60 dias entre as coletas. No caso das mulheres, o ato pode ser feito três vezes, com intervalo de três meses. “O processo todo dura cerca de uma hora e meia, e a pessoa pode pedir atestado para deixar de comparecer ao serviço. É bom sempre dar uma olhada nas condições para a doação, e não perder viagem”, acrescenta Heloísa.
Agendamentos e outras informações pelo site hemominas.mg.gov.br ou telefone 155.