Frutas e verduras são reprovadas pelo uso excessivo de agrotóxicos

Danilo Emerich - Do Hoje em Dia
21/07/2012 às 07:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:43
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Uma refeição balanceada com verduras, legumes e frutas frescas. A receita, aparentemente saudável, pode provocar efeito inverso no organismo do mineiro e causar doenças em médio e longos prazos. Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), 14% da produção hortifrutícola do Estado continha, em 2011, excesso de agrotóxicos e até substâncias proibidas. Na análise do ano anterior, as irregularidades chegaram a 8%.

Apesar da fiscalização de Minas Gerais ser umas das mais abrangentes do país, não há efetivo suficiente para vistoriar as aproximadamente 530 mil propriedades rurais do Estado, segundo o último censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2006. Ao todo, o IMA realizou 5.472 operações em 2011, representando 41% das incursões pelo Brasil. Foram flagradas 101 irregularidades em Minas.

Entre as 185 análises laboratoriais realizadas em verduras, legumes e frutas, no último ano, foram encontrados 26 produtos inadequados para o consumo humano. Em pior situação ficou o alface, com 31% das 29 amostras consideradas impróprias para o consumo. O morango, o pimentão e o tomate também apresentaram agrotóxicos proibidos ou em excesso.

Segundo o fiscal agropecuário do IMA Rodrigo Carvalho Fernandes, é comum, por exemplo, detectar agrotóxico autorizado para tomate em pepinos. As irregularidades são punidas com multas que variam de R$ 300 a R$ 35 mil, além de processo administrativo e, em casos extremos, a destruição da lavoura. Ele diz que é impossível fiscalizar toda a produção em Minas, o sexto maior consumidor de agrotóxicos do país – 46 mil toneladas por ano. No Estado, 452 profissionais atuam em 11 centrais e 54 postos de vistoria.

Resta o trabalho de conscientização dos agricultores. No último ano, foram abordadas 19 mil pessoas. “A maioria das falhas ocorre por desconhecimento da legislação”, afirma Fernandes.

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