Funed desenvolve teste para identificar contaminação de alimentos com carnes de cavalo e cachorro

Thaís Mota - Hoje em Dia
22/03/2013 às 17:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:09
 (Funed)

(Funed)

  Após três anos de estudo, os pesquisadores Fundação Ezequiel Dias (Funed) desenvolveram um teste que permite identificar os tipos de carne presentes em alimentos processados comercializados nos supermercados. O resultado da pesquisa se torna ainda mais revelante diante das inúmeras denúncias de contaminação de carne bovina com carne de cavalo em lasanhas e hambúrgueres na Europa.   Segundo o pesquisador Luiz Guilherme Dias Heneine, o teste trabalha com diferentes reagentes e, quando aplicados à uma amostra de carne, detecta a presença de carne de cavalo, cachorro, porco e boi nos alimentos. "Já testamos em várias marcas de habúrgueres. Felizmente não achamos nada de errado. Em nenhuma das amostras foi identificado a presença de carne de cavalo ou cachorro.", garantiu o biólogo.    Luiz Guilherme explicou ainda que após a análise concluída, os pesquisadores injetavam anticorpos presentes nas carnes de cachorro e cavalo e o teste acusou a presença do material, o que reforça os resultados alcançados. Além disso, o teste se revela bastante sensível e uma mesma amostra que pode acusar a presença de mais de um tipo de carne. A próxima etapa do estudo será desenvolver testes para identificar traços de carne de aves nos alimentos, além de aplicar a metogologia em embutidos.    A análise é baseada na identificação da proteína do animal nos produtos a partir do método Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), teste que acusa a presença de anticorpos nas amostras coletadas e, de acordo com Luiz Guilherme, tem apresentado bons resultados. Os ensaios são realizados em pequenas porções de carne dissolvidas em água e, quando combinadas a reagentes, podem apresentar uma alteração de cor indicando a presença de determinado tipo de carne.   O diferencial da metodologia, como destaca o biólogo, é que o teste independe da utilização de equipamentos e não precisa ser realizado em laboratório. "O teste foi desenvolvido de maneira simples e com técnicas mais baratas. Por isso, pode ser feito até mesmo por um produtor durante o abatimento do animal ou durante o processamento da carne em empresas", explica.   A expectativa do biólogo é que até o final deste ano, a equipe de pesquisadores realizem uma triagem extraoficial com amostras colhidas pela Vigilância Sanitária para a aplicação de testes. "A ideia é começar a fazer amostras em maior quantidade, mas para que teste seja disponível a nível comercial é preciso que ele seja valigado. E para sair em larga escala teria que ter uma empresa interessada em investir no projeto", conclui o pesquisador. 

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