O Governo de Minas liberou uma linha de crédito de R$ 52,9 milhões para quatro hospitais que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram contemplados o Hospital Universitário Ciências Médicas - o antigo São José - em Belo Horizonte, com R$ 20 milhões; a Santa Casa de Montes Claros, com R$ 14,8 milhões; a Santa Casa de Passos, com R$ 10 milhões; e a Beneficência Social Bom Samaritano, em Governador Valadares, que receberá R$ 8,1 milhões. 

Nos próximos 30 dias, outros quatro hospitais filantrópicos também vão receber o recurso, que neste ano deve chegar a R$ 100 milhões. Além disso, outras duas entidades foram aprovadas, mas o Estado aguarda a documentação para liberar o dinheiro. O investimento é o primeiro repasse realizado por meio do Programa BDMG de Financiamento de Hospitais Filantrópicos, do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), lançado em março deste ano pelo governador Fernando Pimentel (PT).

Em cerimônia no Palácio da Liberdade, nesta sexta-feira (30)o chefe do executivo estadual destacou a importância do financiamento para melhorar o atendimento aos pacientes mineiros. “Achamos extremamente importante o papel dos hospitais filantrópicos e, nessa primeira rodada, garantimos 900 leitos, somando os quatro hospitais contemplados. Um dos gargalos do SUS são justamente os hospitais filantrópicos”, ressaltou.

Alívio

A linha de crédito será liberada pelo BDMG, que dára mais prazo para as instituições quitarem as dívidas.. “Estamos ajudando ao dar uma folga financeira aos hospitais, para que eles possam ter uma sobra no orçamento e atender melhor, utilizar esses recursos em outras atividades", explicou o presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco.

Representantes dos hospitais contemplados comemoraram a iniciativa. Foi o caso do presidente da Faculdade de Ciências Médicas, Wagner Eduardo Ferreira. Atualmente, a instituição que realiza 1.200 cirurgias por mês 100% pelo SUS tem dívida com bancos de R$ 28 milhões. “Fomos contemplados, neste programa, com R$ 20 milhões. Assim, a dívida fica mais barata e mais fácil de pagar num momento de crise, ajudando a estabilizar a situação”, destacou.

O provedor da Santa Casa de Montes Claros, Heli de Oliveira Penido, também participou da solenidade e ressaltou que o montante servirá para quitar parte da dívida de R$ 22 milhões. Ele observou que o hospital, que tem 400 leitos, atende 1,5 milhão de pessoas na região, sendo que 80% são voltados para o SUS. “Sabemos que recurso de banco privado é de curto prazo e a custo alto. Então, esse financiamento vem em uma boa hora para nos aliviar. Por mais que a gente se esforce, não temos condições de atender a todos”, disse.

O programa

Podem participar do programa instituições de saúde que reservem ao menos 50% do atendimentos para o SUS e possuam mais de 100 leitos. Além disso, os hospitais devem fazer parte da Rede de Urgência e Emergência estadual e do Pro-Hosp. A liberação dos créditos ocorre mediante análise de crédito e avaliação do projeto de melhoria operacional do hospital – elaborado pelas próprias instituições ou por consultoria especializada a ser contratada pelas unidades.

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