Grupo atravessa BH de bike e encara problemas nas ciclovias e fora delas

Danilo Emerich - Hoje em Dia
09/05/2015 às 08:10.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:57
 (Arte Hoje em Dia)

(Arte Hoje em Dia)

Percorrendo um trajeto superior a 13 km, um grupo de belo-horizontinos trocou, nessa sexta-feira (8), o carro pelas bicicletas. O desafio era sair da esquina das avenidas Bernardo Monteiro e Afonso Pena, no bairro Funcionários, e alcançar a sede da BHTrans, no Buritis, região Oeste da capital mineira. A ação foi inspirada no “Bike to Work Day”, que teve a terceira edição realizada, nessa sexta-feira, em todo o país.   De bicicleta, nossa reportagem se juntou aos participantes na experiência de ir de magrela para o trabalho. Logo na partida, pedestres circulando pela ciclovia e lixeiras da prefeitura instaladas no percurso se colocaram como os primeiros obstáculos.   Seguindo pela avenida dos Andradas, em frente ao Parque Municipal, uma surpresa para o grupo: no trecho, há uma faixa exclusiva para bicicletas que, sem sinalização, confunde pedestres e ciclistas.   Na Praça da Estação, os participantes ocuparam uma faixa inteira da pista e os veículos passavam, em alta velocidade, bem próximos ao grupo. Sempre em ritmo lento, os ciclistas se depararam, na ciclovia da avenida Tereza Cristina, com veículos estacionados e carrinhos de catadores de lixo.   Na chegada à avenida Silva Lobo, no bairro Calafate, a tensão cresceu entre os participantes do desafio. A lentidão das bicicletas irritava os motoristas, que hostilizavam o grupo. Os condutores buzinavam e até gritavam para saírem do meio da rua.   De todo o trajeto, apenas na avenida Barão Homem de Melo, altura do bairro Nova Granada, houve um trecho de aclive até a sede da BHTrans, quando o grupo chegou, às 11h, na avenida Engenheiro Carlos Goulart, no Buritis. O percurso foi feito em uma hora e meia, com cinco paradas. De carro, a mesma distância é feita, normalmente, em 30 minutos.   Percepções   Estagiário da BHTrans, Lucas Magalhães foi ao trabalho pela primeira vez de bicicleta. “Foi melhor do que pensei. Achei que cansaria mais”, comentou.   A coordenadora do Pedala BH, Eveline Trevisan, que acompanhou o grupo, destacou o desrespeito dos motoristas com os ciclistas. “É uma língua nova, que precisamos ensinar às pessoas. Ainda não podemos exigir que todos falem o mesmo idioma”.   Mais faixas exclusivas e interligação com estações   Belo Horizonte deve atingir, em junho deste ano, a marca de 100 quilômetros de ciclovias. As pistas exclusivas são implantadas pelo programa Pedala BH, da BHTrans. Segundo a coordenadora do projeto, Eveline Trevisan, o investimento federal de R$ 22 milhões garantirá, até dezembro de 2016, 150 km de ciclovias na capital.   As faixas em construção estão na avenida Olinto Meireles, no Barreiro, e nas ruas Fernandes Tourinho, na Savassi, e Guajajaras, no Centro. A BHTrans iniciará, agora, um estudo para instalar as ciclovias entre corredores de ônibus e próximos a estações de coletivos, para interligar o modal com as bicicletas.   Benefícios   Entre os pontos positivos destacados por Eveline Trevisan para o uso de bicicletas estão a economia das despesas geradas pelos carros, a prática de atividade física e a redução de poluentes no ar.   Para o membro do Bike Anjo, Carlos Edward Campos, as magrelas são um complemento à mobilidade urbana e não substitutas dos meios de transporte de pessoas. “Em 2012, BH tinha apenas 0,4% dos deslocamentos em bicicletas. Até 2020, a meta é atingir os 6%”, destacou. 

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