Hiperatividade: diagnóstico preciso garante tratamento eficaz do transtorno

Michelle Maia - Hoje em Dia
22/05/2013 às 07:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:53

O diagnóstico precoce do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), feito por estabelecimentos escolares, pode trazer risco à saúde de crianças e adolescentes. Especialistas alertam: a família deve ficar atenta, pois comportamentos como falta de atenção, dificuldade para controlar impulsos e atividade motora excessiva às vezes são confundidos com a doença. Mas, na verdade, não passam de reflexos de problemas sociais.

Não há dados no Brasil que comprovem o exagero de diagnósticos de TDAH. Mas, independentemente dos números, preocupa o fato de que o erro leva a tratamentos também equivocados.

Conforme a presidente do Comitê de Saúde Mental da Sociedade Mineira de Pediatria, Ana Maria Lopes, o uso de medicação inadequada, além de não trazer resultados esperados, pode prejudicar o combate ao real problema, que permanecerá desconhecido.

Orientação

A presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Raquel Pitchon, orienta aos pais que, diante dos sintomas da doença, levem o filho ao pediatra.

“Observamos, por exemplo, se ele está socialmente bem, pois divergências familiares e perdas podem comprometer a atenção e o comportamento da criança”, afirma.

Os profissionais também fazem uma avaliação social, ou seja, “investigam” se a criança tem ambiente favorável em casa para se dedicar aos estudos e se há uso excessivo de celular e mídias sociais que dificultem o aprendizado, dentre outros itens.

“A partir daí, os pais são orientados sobre o melhor caminho: avaliação neurológica ou consulta com um psiquiatra infantil”, diz Raquel.

Uma das preocupações da pediatra Ana Maria Lopes é sobre como as instituições de ensino lidam com o problema.

“Muitas vezes, quando uma criança apresenta sintomas sugestivos de hiperatividade e desatenção, a escola estabelece precocemente o diagnóstico e encaminha o aluno quase que imediatamente ao neurologista ou psiquiatra. E pede aos pais que procurem o médico para que prescrevam psico-estimulantes”, diz.

Desatento

Há nove anos, a costureira Maria Beatriz Alves Torres Silva notou que o filho era muito inquieto e desatento.

Para “testar” Samuel, então com 6 anos, a mãe passou a escrever letras e pedir que ele as copiasse.

“Samuel fazia tudo errado. Levei-o ao oculista, ao otorrino e a uma psicopedagoga. Nada adiantou. Até que a última especialista me orientou a buscar um psiquiatra infantil”, recorda.

Após o diagnóstico de TDAH, o tratamento foi imediato. Com educação rigorosa em casa, Samuel apresentou melhoras significativas. “Meu filho nunca foi reprovado na escola”, diz, orgulhosa, a mãe.

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