Histórias de solidariedade marcam o almoço de Natal do Restaurante Popular de BH

Ana Cláudia Ulhôa
aulhoa@hojeemdia.com.br
25/12/2016 às 15:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:13

Natal é tempo de solidariedade e foi exatamente isso que mostrou a equipe que trabalhou no Restaurante Popular, na unidade do bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, neste domingo (25). 76 pessoas deixaram suas famílias em casa para servir duas toneladas de comida 15 mil presentes para cerca de 4 mil pessoas, trazendo a alegria para quem não pôde comemorar a data.

O advogado Kelsen Julião Corgosinho, 35, por exemplo, compareceu ao “Natal Sem Fome, Natal da Alegria” para presentear crianças com quase 400 bonecos feitos de tampas de garrafas pet. Ele conta que participou da ação para cumprir uma promessa feita ao seu pai, que faleceu há um mês. “Era uma pessoa muito boa e ele queria doar esses bonecos para famílias carentes neste Natal. Só que infelizmente ele foi acometido por um câncer no intestino e veio a óbito no dia 16 de novembro. Ele pediu pra mim e para os meus irmãos para fazer essa doação em nome dele”, afirmou.

Segundo Kelsen, realizar o sonho de seu pai e participar desse ato de caridade foi algo indescritível. “É muita emoção. Eu acho que Natal é você demonstrar amor ao próximo e é isso que Jesus ensina pra gente. E hoje é aniversário de Jesus, então a gente tem que ser solidário com as pessoas. Isso aí tem que se espalhar para todo o mundo”, diz. 

Outro exemplo é Mário de Assis, 56, que além de Papai Noel é o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Municipais de Minas Gerais (Fapaemg), instituição que recebe as doações dos presentes ao longo do ano e os entrega para as crianças durante o almoço realizado pela prefeitura.

Mário lembra que tudo começou há 20 anos, quando ele conheceu o sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido como Betinho, que o convidou para esta ação. “Contaram para ele que eu vestia de bom velhinho na escola da minha filha e ele disse: Leva alegria para o Natal Sem Fome. A Prefeitura de Belo Horizonte está fazendo um almoço, você não quer fazer um Natal da alegria?”.

Entre todas as edições, Mário de Assis diz que esta foi uma das melhores, pois eles “conseguiram dar uma banana para a crise” e arrecaram 15 mil brinquedos. “Todo mundo vai sair daqui com mais de um presente, com um abraço, um carinho e uma mensagem de otimismo”. 

Algumas das pessoas que tiveram a oportunidade de esquecer as dificuldades e tornar a data um momento de esperança foi a família de Aparecida Oliveira Souza, 42. Ela levou o marido e uma sobrinha, de 10 anos, para realizar a comemoração que não pode ter em casa. “Esse ano a gente não fez ceia, porque está todo mundo desempregado, só eu que estou trabalhando. O pai e a mãe dela também estão sem emprego, aí eu aproveitei e a trouxe junto”. 

A aposentada Ester de Andrade Soares, 77, também foi com a familiares para o restaurante. Ela e mais três netos saíram de Esmeraldas para aproveitar a ação já que, de acordo com Ester, essa é a oportunidade que eles têm. Maísa Vitória Martins de Campos, sua neta mais velha, com 11 anos, comemorou e disse que saiu feliz. “Eu peguei uma boneca. Achei os brinquedos muito legais e gostei muito da comida”.

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