Faltando pouco mais de um mês para o verão, a busca pelo corpo perfeito durante a estação mais quente do ano é a nova artimanha usada por um criminoso para estuprar mulheres de Belo Horizonte. Com a promessa de garantir um rápido emagrecimento, por meio de ajuda profissional, um falso personal trainer engana as vítimas e as leva para apartamentos no bairro Belvedere, zona Sul da capital. Lá, elas são violentadas.
A Polícia Civil evita dar detalhes da investigação, mas garante já ter identificado o suspeito. Duas jovens prestaram queixa contra o agressor e serão ouvidas entre hoje e amanhã. Ambos os ataques ganharam repercussão nas redes sociais. Uma terceira mulher também teria sido atacada, mas não registrou boletim de ocorrência.
Só as mais jovens
O criminoso lança mão de anúncios na internet para atrair moças de 18 a 24 anos. O serviço é ofertado apenas para mulheres. Uma série de atividades físicas com a finalidade de perder peso de forma rápida e saudável é utilizada na suposta promoção.
Após o contato, a vítima é levada a uma espécie de estúdio de ginástica montado em um apartamento. Nos dois casos investigados, o crime ocorreu em diferentes condomínios do Belvedere. A polícia não informou se os locais seriam alugados.
Uma das mulheres violentadas, de 23 anos, procurou por socorro na quinta-feira da semana passada. No boletim de ocorrência, ela informou que ficou presa no apartamento, sendo obrigada a ter relação sexual com o falso personal. O relato também foi parar no Facebook. O caso ganhou repercussão após várias pessoas compartilharem a postagem. A publicação foi retirada do ar na segunda-feira passada.
O anúncio sobre o falso serviço também desapareceu das redes sociais. “Ele tem o cuidado de apagar tudo. Não é possível encontrar nada”, disse a jovem, que pede para não ser identificada.
Medo
Uma outra mulher, que também teria sido vítima, conversou rapidamente com a reportagem. Bastante abalada, ela evita narrar os momentos de terror vividos nas mãos do criminoso, mas conta que ao chegar ao local achou a atitude do homem suspeita.
“Ele dizia que o espaço era para realizar a avaliação física e também os exercícios. Desconfiei quando percebi que se tratava de um apartamento comum e que não tinha aparelhos”, conta a moça de 18 anos, que, envergonhada e com medo, não quis acionar a polícia.
Chefe da Sala de Imprensa da PM, o capitão Flávio Santiago reforça a necessidade de alerta ao contratar qualquer serviço, principalmente os ofertados na internet. “Verifique o local onde o procedimento será feito, se há comprovação da formação, se o profissional é conhecido ou recomendado por alguém”.
O militar pede que as pessoas procurem a polícia mediante qualquer suspeita. Quem tiver mais informações pode acionar também o Disque Denúncia, pelo telefone 181. O relato é feito de forma anônima.