HPS espera aumento de queimaduras em BH com a chegada da Copa

Izabela Ventura - Hoje em Dia
06/06/2014 às 14:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:54
 (Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

Autoridades estão em alerta nestes meses de junho e julho para o recorrente aumento de 15% no número de acidentes com queimaduras. Ele acontece por causa das festas típicas dessa época ano, tradicionalmente realizadas com fogueiras e rojões. Mas em 2014 poderá haver ainda mais vítimas, em virtude da soltura de fogos de artifício na Copa do Mundo.   Em 2013, houve 2.264 atendimentos de queimados no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), referência nesse tipo de tratamento. Foram acidentes provocados por fogo, líquido aquecido, fogos de artifício, entre outros agentes, sendo o álcool líquido o responsável pela maioria dos casos.   Segundo o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do HPS, Carlos Eduardo Guimarães Leão, no Brasil, as queimaduras são mais um problema sociocultural do que uma questão médica, já que, em nenhum outro país do mundo, o álcool é o agente da maioria dos acidentes.    E eles poderiam ser evitados com atitudes preventivas simples, dentro de casa. “A maior parte dos queimados (55%) atualmente internados na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) Ivo Pitanguy sofreu acidentes domésticos”, afirma.   Foi o que aconteceu com a pequena Júlia, de 1 ano e meio. No último dia 17 de maio, ela entrou correndo na cozinha e assustou a mãe, que acabou derrubando uma panela de óleo quente em cima da menina. Ela teve 24% do corpo atingido por queimaduras de 2º e 3º graus, mas se recupera bem e deve receber alta do HPS na semana que vem.   “Passamos por um desespero muito grande, mas Júlia é forte e podemos dizer que ela nasceu de novo”, conta o pai, o autônomo Manoel Elias Neto, de 35 anos, que prepara uma festa de boas-vindas para a garotinha.   Cirurgia plástica   Júlia passou por duas cirurgias de reparação depois do acidente, medida que é crucial para a recuperação de pacientes com queimaduras graves. Há sempre profissionais dessa área de plantão na UTQ do HPS, a maior unidade desse tipo da América Latina.   Nesta sexta-feira, no Dia Nacional de Luta contra as Queimaduras, o cirurgião plástico Ivo Pitanguy destacou a importância desse serviço nos tratamentos. “A cirurgia plástica está toda envolvida no processo; quando bem tratado, o queimado terá menos sequelas”.   Na ocasião, os profissionais da saúde ressaltaram ainda os cuidados domésticos que devem ser tomados em caso de acidentes com queimaduras: resfriar a parte do corpo com água fria e ir imediatamente ao hospital. Nisso, a família de Wantuil Pereira, 60 anos, agiu corretamente. Quando ele queimou 40% do corpo num acidente envolvendo álcool líquido e uma churrasqueira acesa, jogaram-lhe um balde de água e o socorreram. “Graças a Deus sobrevivi”, disse.   Dia Nacional de Luta contra as Queimaduras   Nesta sexta, o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS) lançou o Protocolo Clínico Atendimento ao Queimado, que é revisado a cada dois anos, e, em 2014, ganhou versão em inglês. Trata-se de um documento com rotinas e condutas a serem seguidas nos tratamentos realizados na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ).   No mesmo dia, o HPS iniciou a Campanha de Prevenção de Acidentes com Queimaduras, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, distribuindo material informativo para motoristas e pedestres na área hospitalar de BH.   O chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do HPS, Carlos Eduardo Guimarães Leão, sugere como tentativa de reduzir o número de acidentes envolvendo queimaduras no Brasil, a inclusão de uma disciplina de prevenção de acidentes na grade curricular das escolas.

Atualizada às 15h46

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