Arroz, feijão, um farto pedaço de carne e uma pequena porção de salada. A estrutura do famoso “prato feito”, ou PF, como ficou popularmente conhecido, quase sempre a mesma, sofreu uma repaginada ao longo dos anos. Hoje, está mais balanceada e até harmônica.   A parte mais “gordurosa” do PF pode ser substituída por uma bela porção de vegetais ou por uma carne mais magra. Antes de qualquer coisa, porém, é preciso ter harmonia. Os ingredientes, como alguns chefs costumam dizer, devem “conversar”.   O visual atraente, o paladar no ponto certo e o cheiro irresistível não podem faltar. E o prazer, claro, de degustar ingredientes tipicamente brasileiros, vem em primeiro lugar. Essa é a proposta do concurso Melhor PF do Brasil, que tem entre os dez finalistas dois pratos criados em cozinhas de restaurantes mineiros.    Costela ao molho é a aposta de Halison Cristiano Martins, do restaurante 500 graus, de Poços de Caldas, no Sul de Minas. Sérgio Macedo, do Mirante 147, no bairro Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, concorre com o prato Tropeiro completo.   Do reduto de boêmios, na capital dos botecos, sai a receita que vende nada menos do que cem pratos por dia. É na cozinha do pequeno e aconchegante Mirante 147 que são preparados os 650 gramas de feijão carioca, bacon, alho, ovo, cebola e cebolinha, linguiça semi-defumada, sal e farinha de mandioca torrada, acompanhados de arroz branco, couve, vinagrete e um generoso pedaço de linguiça. Quem prova, aprova.   “É sensacional. O sabor é leve e a sensação que temos é de estar comendo no quintal da casa da avó”, resume o comerciante Kemel Alves, de 37 anos, frequentador assíduo do restaurante, inaugurado há pouco mais de um ano.   Do Sul de Minas, a receita é mais calórica. O nome do restaurante, 500 Graus, em nada faz lembrar as baixas temperaturas da cidade, uma das mais frias do Estado. Da cozinha do estabelecimento, que também funciona como bar, o resultado final: costela de boi ao molho vermelho, repolho refogado, polenta com provolone e arroz com brócolis. Um prato com nada menos do que 700 gramas.   Completamente distintos, opções para gostos diferenciados, mas semelhantes na essência. Em ambos os pratos, a infalível receita do gostinho caseiro de Minas e a promessa de levar a melhor sobre os pratos feitos em outros três cantos do país: Santa Catarina, São Paulo e Maranhão, de onde saem os demais concorrentes.   Os segredos de Sérgio: ingredientes selecionados e pouca gordura. Os de Cristiano são cuidado especial e carinho com o prato de cada cliente. Receitas exclusivas, sucesso absoluto.   Os pratos preparados nos restaurantes mineiros podem ser votados até o próximo dia 20, no site do concurso: www.melhorpf.com.br. A final será em São Paulo, em 8 de agosto. 

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