Item de colecionador, a moeda é um verdadeiro tesouro

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
10/02/2017 às 19:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:51

Na prática é apenas uma moedinha de R$ 1, mas, na realidade, ela vale pelo menos 180 vezes mais. Apesar de muita gente se incomodar em carregar na carteira a espécie geralmente feita de aço inoxidável, a moeda pode ser um verdadeiro “tesouro”para colecionadores. No caso de exemplares ainda mais raros, o preço no mercado de coleção pode ser muito maior que o valor estampado na face. É o caso, por exemplo, da moeda lançada em 1998 para comemorar os 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Apesar de ter gravado na frente o valor de R$ 5, ela é atualmente uma das mais valiosas do mercado nacional.

Segundo o Banco Central (BC), apenas dois mil exemplares dela foram cunhados e estão esgotados. Em lojas físicas especializadas na venda de moedas e em sites na internet, contudo, a peça pode ser adquirida pela “pequena fortuna” de R$ 3,8 mil. A moeda de ouro do Sesquicentenário da Independência (1822-1972), de 300 cruzeiros, também é negociada em um valor próximo a esse. Flávio Tavares / N/ADESEJADAS – Moedas das Olimpíadas fizeram vendas aumentarem nas casas especializadas

Paixão recente

O colecionador José Valdecir Alves Cruz, de 53 anos, entrou no ‘ramo’ há menos de um ano. Apesar do curto período, ele já elegeu a peça xodô, que veio do exterior. “Ela (moeda) foi cunhada no Uruguai entre 1764 e 1850, e reintegrada em 2000”, conta.

O acervo, com mais de 200 moedas, é formado na maioria por peças dos Jogos Olímpicos do Rio. “Mas tenho outras, como a do 50 Anos do Banco Central do Brasil e a do Centenário do JK”, revela ele, orgulhoso. A intenção inicial de Cruz era fazer dinheiro no futuro com a venda das moedas. Mas agora ele já cogita deixar a coleção para as próximas gerações da família. “Quem sabe para os netos?”.

109 peças comemorativas já foram lançadas pelo Banco Central

A paixão do aposentado foi o que influenciou a sobrinha dele, a auxiliar administrativo Adriana Alves Cordeiro, de 33 anos, a também guardar moedas. Em poucos meses, ela já tem cem. E a saga por novas relíquias, garante, está só no início. “É meu cofrinho”, confidencia. 

Comemorativas ou comuns? Todas elas são bem valorizadas

Não são apenas as moedas comemorativas as mais desejadas pelos colecionadores. Outras tantas estão em circulação no Brasil e são bem valorizadas.

Atualmente, uma das mais cobiçadas (e caras) é a de R$ 1 da Entrega da Bandeira Olímpica. Editada em 2012 e relativamente comum entre a população, a peça tem preço tabelado em R$ 100. A moeda de R$ 1, de 1998, comemorativa dos 50 anos da Declaração dos Direitos Humanos, também vale 100% mais. 

Em Belo Horizonte, tanto as moedas comemorativas quanto as comuns podem ser encontradas na Filatélica Savassi, localizada no Shopping 5ª Avenida, na região Centro-Sul. A casa é especializada em comercialização das relíquias.

Sucesso

Os Jogos Olímpicos sediados no Brasil, no ano passado, deram um ‘boom’ no estabelecimento e fizeram saltar as vendas. “Houve uma saída muito grande por causa das Olimpíadas. Já as da Copa do Mundo encalharam, por causa da tragédia”, revelou a vendedora Paloma Magalhães, referindo-se ao jogo do Brasil contra a Alemanha: a seleção canarinho perdeu por 7 a 1 em pleno Mineirão.

Minas no verso

A capital mineira foi uma das cidades homenageadas pelo Banco Central e tem os traços da Igrejinha da Pampulha figurados em uma moeda de prata. A peça, que tem valor facial de R$ 3, foi produzida no ano do centenário do município e está esgotada no mercado. 

Não há previsão de lançamento de novas moedas comemorativas em 2017, informou o Banco Central

Do Estado, outras duas cidades estampam a frente de moedas: Ouro Preto e Diamantina. Ambas são de prata, de R$ 5, e em celebração aos títulos de Patrimônio da Humanidade reconhecidos pela Unesco. A primeira está esgotada e a segunda continua à venda por R$ 180.

5 lojas em Belo horizonte são especializadas na venda de moedas comemorativas

Mas quem se empolgou e está em busca de novidades, atenção. Neste ano, os colecionadores terão que se contentar em apenas buscar moedas que ainda faltam no acervo. Isso porque o Banco Central informou, em nota, que não há previsão de lançamento de moedas comemorativas em 2017. Editoria de Arte

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por