Jornalista e cuidador de idoso são suspeitos de forjar testamento de homem morto em Juiz de Fora

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
13/07/2018 às 18:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:24
 (Reprodução vídeo TV Integração/Globo Minas)

(Reprodução vídeo TV Integração/Globo Minas)

Uma jornalista e um cuidador de idoso são suspeitos de forjar um testamento em nome de Simeão Cruz, de 80, na cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Ele morreu em maio deste ano de insuficiência cardíaca, segundo o atestado de óbito. E a dupla aparece no testamento como herdeira dos bens do idoso. O documento foi feito dois dias antes da morte dele, segundo a Polícia Civil.

Uma sobrinha foi avisada da morte do tio por vizinhos, depois que o idoso já havia sido enterrado. Assustada, ela e outros familiares procuraram a polícia.

O delegado Eurico da Cunha Netto, responsável pelas investigações, contou que a dupla é investigada por estelionato e homicídio. "Eles prestaram depoimentos, mas foram contraditórios. Não só os detalhes são diferentes. A história é totalmente diferente, eles divergem sobre quem estava presente e como foi feito o documento. A jornalista que se diz amiga de Simeão falou que o testamento foi ditado por ele; já o cuidador diz que a jornalista chegou com o testamento pronto e se incluiu nele. Por isso, eu pedi a necropsia do corpo para analisar se foi morte natural; pedi a quebra de sigilo telefônico da jornalista; e pedi a quebra de sigilo bancário do idoso", esclareceu o delegado.

Segundo ele, o laudo da necropsia deve ficar pronto em trinta dias, mas as investigações não têm um prazo de término, por ser muito complexa. "O carro do idoso foi vendido dois dias antes dele morrer por R$ 39 mil e, por estar debilitado, ele nem conseguiu assinar o documento de venda. Ao mesmo tempo, existe a história de que ele teria saído sozinho e entregado R$ 40 mil para uma pessoa. Como alguém debilitado vai conseguir fazer isso?", questionou o delegado.

Foram realizadas buscas na casa da jornalista e a PC encontrou R$ 8.700,00. Depois ela acabou contado aos policiais que havia recebido R$ 40 mil de presente do idoso. A PC também descobriu que o cuidador e o idoso tinham um documento de união estável. 

Simeão Cruz não era casado e não tinha filhos. Segundo a PC, ele possuía 15 imóveis. 

Além da dupla, a polícia também ouviu outras testemunhas. 

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