Para muita gente, a festa na Savassi na noite desta sexta-feira (13) não foi nada divertida. Quem estava no local relatou confusão, assaltos, brigas e pouco policiamento em uma das regiões mais movimentadas da capital, principalmente na época de carnaval. Uma das vítimas relatou a reportagem do Hoje em Dia que diversas vezes durante a noite ocorreram confusões isoladas e vez ou outra alguma correria. O jovem estava em um grupo de sete amigos que chegaram na Praça Diogo de Vasconcelos por volta das 18h30. “No início estava tranquilo, mas após as 21h o clima começou a ficar tenso. Toda hora víamos grupos correndo para um lado ou outro e pessoas brigando”, disse. Em certo momento, um rapaz puxou o boné da cabeça dele e quando ele se virou percebeu que estava sendo assaltado. “Quando percebi tinha um tentando pegar meu boné, outro o celular e cerca de sete me cercando. Segurei o boné e eles começaram a me agredir com socos na cabeça e no rosto”, disse. O rapaz está com hematomas na cabeça, nariz e orelha esquerda. O celular ele conseguiu salvar, mas o boné foi levado. Segundo ele, outros amigos também foram agredidos ou assaltados. O rapaz contou que no momento funcionários do McDonalds o colocou para dentro da loja com os amigos e fecharam as portas. “Ficamos por cerca de vinte minutos lá dentro e depois procuramos por policiais do batalhão de choque que estavam no entorno da praça. Eles nos disseram que só atendiam ocorrências de briga organizada e que deveríamos procurar por policiais do batalhão comum”, contou. FALTA DE POLICIAMENTO Outra jovem que também presenciou a confusão, e preferiu não se identificar, se queixou da falta de policiais pela quantidade de público. “Eu via confusão o tempo todo, muita gente correndo ao mesmo tempo. E a segurança parece que não foi reforçada. Os policiais não abordavam nem revistavam ninguém”, disse. O rapaz que foi agredido foi até um grupo de policiais, que também estava mais afastado da praça, e eles pediram que a vítima os mostrasse que eram os suspeitos. No entanto, ninguém foi preso. “Os agressores pareciam ser menores. Não estavam armados, mas abordavam as pessoas com violência, batendo mesmo. Juntavam vários para bater nas pessoas”, afirmou. Com medo, ele não sabe se vai voltar para o local nos próximos dias. “Ficamos com medo, principalmente devido a falta de policiamento”, lamentou. A moça, também está preocupada com o que pode ocorrer nos próximos dias. “Se eu voltar vou ficar com mais medo”, resumiu. Ao contrário do que foi anunciado no início deste mês, o reforço, durante o Carnaval, no número de policiais militares nas ruas de BH é de mil homens. Anteriormente, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) havia falado em 2 mil PMs além do efetivo normal. Apesar da redução, o comandante do CPC, o coronel Cícero Leonardo da Cunha, havia garantido que a corporação estaria presente em todos os locais em que houver desfiles de blocos e apresentações na cidade. Neste ano, são esperados 1,5 milhão de foliões, cerca de 50% a mais do que em 2014. RESPOSTA A Polícia Militar informou, por meio de nota, que na noite de dessa sexta-feira, na região da Savassi, estava previsto um bloco carnavalesco com estimativa de público de duas mil pessoas, porém, superando as expectativas, compareceram mais de 10 mil foliões. "Foi necessário realizar o remanejamento de policiamento para o local. O trabalho preventivo dos policiais militares garantiu a tranquilidade do evento, dos participantes e, ao final, foram registradas duas ocorrências de roubo. A Polícia Militar continua contando com a colaboração de todos para que os eventos sejam permeados de alegria e de muita paz", diz a nota. Atualizada às 21h24.