Justiça deve marcar audiências de instrução do julgamento de delegado e outras cinco pessoas

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
11/06/2013 às 11:32.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:01

A Justiça deve marcar as audiências de instrução do julgamento do delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, de 40 anos, indiciado por homicídio consumado qualificado e por fraude processual, quando há destruição de provas, pela morte da namorada dele, Amanda Linhares, de 17 anos. A data da primeira sessão, porém, ainda não foi marcada. Além de Toledo, outras cinco pessoas foram indiciadas por fraude processual.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que a juíza Lúcia de Fátima Magalhães, da comarca de Ouro Preto, na região Central, disse que o relatório recebido nessa segunda-feira (10) é muito extenso e, por isso, exige atenção para a marcação das audiências. O documento apresenta todo o inquérito policial realizado pela Corregdoria da Polícia Civil.

Testemunhas de defesa e acusação devem ser arroladas para prestar esclarecimentos sobre o crime ocorrido no dia 14 de abril, em um trecho da estrada que liga Ouro Preto a Lavras Novas.

A denúncia apresentada pela Polícia Civil à Justiça mostra que o delegado contou com a ajuda da ex-namorada Paula Rafaella Rocha Maciel, da advogada Maria Amélio Cordeiro Tupinambá e de três amigos: Gabriel Gomide, Carlos Alexandre Bardassom e Edmar da Silva.

Todos foram indiciados por fraude processual porque a delegada da corregedoria da Polícia Civil  Águeda Bueno do Nascimento encontrou indícios de que eles agiram para prejudicar as investigações e favorecer o delegado.

Gabriel Gomide, por exemplo, foi quem limpou o sangue de Amanda do carro de Toledo. A perícia usou luminol para provar a fraude. Um coldre da arma do delegado foi escondido debaixo de folhas secas  no quintal da casa de um amigo de Toledo.  

Ao todo, o inquérito tem 1.478 páginas. Foram ouvidas 50 pessoas, realizadas 20 perícias criminais e médico-legal e feita a quebra de sigilo de 13 linhas telefônicas - três de Toledo, duas de Amanda e cinco de outras testemunhas.

Também foram cumpridos nove mandados judiciais de busca e apreensão. A delegada disse que, por transgressões graves passíveis de destituição de cargo, o delegado Toledo será alvo de um processo administrativo interno na Polícia Civil e poderá ser expulso da corporação.

As cinco pessoas indiciadas com Toledo não tiveram o pedido de prisão solicitado e devem responder pelo crime em liberdade. A data da audiência de julgamento ainda não foi marcada, uma vez que, primeiro a juíza Lúcia de Fátima Magalhães deve realizar as sessões de instrução.

Enquanto isso, o delegado fica à disposição da Justiça na Casa de Custódia da Polícia Civil. Ele pode ser expulso da corporação e deixar de receber o salário de delegado.

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