Justiça libera quebra do sigilo telefônico de suspeitos de desaparecer com criança no Norte de Minas

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
17/05/2013 às 10:43.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:46

O sigilo telefônico de suspeitos de terem desaparecido com Emily Ketlem Ferrari Campos  foi autorizado pela Justiça, nessa quinta-feira (16). Agora, o delegado Luiz Cláudio Freitas Nascimento, de Rio Pardo de Minas, no Norte de Minas, aguarda o envio da relação de ligações das operadoras de telefonia. Nesta sexta-feira (17), Emily completa 8 anos, mas a festa que teria bolo de princesas teve que ser adiada. A menina sumiu no dia 4 de abril quando brincava na porta de casa.

O aniversário de Emily marca também a data da saída do pai dela de casa. “Ele saiu daqui no dia em que ela completava três anos”, contou a tia da criança Daiana Ferrari, de 26. O delegado Luiz Cláudio Freitas Nascimento não descartava a participação familiares de Emily no desaparecimento da garota. “Todo mundo é suspeito até mesmo os pais, que são separados há três a quatro anos”, afirmou o policial que chefia a caso em entrevista ao Portal Hoje em Dia. Emily teria recebido ameaças de pessoas próximas à família dela e essa pode ser uma das linhas de apuração para chegar até o paradeiro da criança.

A equipe de investigadores da Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas de Belo Horizonte está em Rio Pardo de Minas, no Norte de Minas, há dois dias e tenta, desde então, encontrar a garota. “Estamos ouvindo vizinhos e pessoas que tiveram contato com a Emily e dando prosseguimento ao trabalho dos policiais daqui”, afirmou o investigador Roney Vieira. O inquérito possui mais de 300 páginas e pelo menos 35 pessoas prestaram esclarecimentos à polícia.

Foi descartada a possibilidade de que a criança das imagens de um posto de combustíveis e de um shopping de Montes Claros, na mesma região, fossem de Emily. “Tem muita gente que vê uma criança e acha parecida com a pessoa desaparecida, até por não ter o convívio, é comum essa confusão. Mas as imagens mostraram que não era a criança”, explicou o investigador que deve permanecer com a equipe neste fim de semana na cidade de Rio Pardo de Minas.

Festa estava armada

Emily estava eufórica com a proximidade do aniversário, até a lista de convidados ela já tinha feito. Como ainda está na fase de alfabetização, a garota pediu para os parentes soletrarem os nomes dos amiguinhos que gostaria de convidar para a comemoração. A festa seria feita no último domingo (12) para coincidir com o Dia das Mães.

Segundo a Daiana Ferrari, tia da criança, Emily não tem noção de datas e não deve sequer ter lembrado que o aniversário dela é nesta sexta. “Tinha dia que ela cismava que era aniversário dela e a gente tinha que comprar um bolo na padaria e chamar uma amiga dela para vir aqui em casa”, relembrou com tristeza.

O bolo para a festa já estava encomendado e as surpresinhas que seriam distribuídas no fim da celebração estão guardados na casa de Emily. Na quarta-feira (15), os moradores da cidade que tem cerca de 29 mil habitantes fizeram um protesto pedindo mais ação da polícia e da Justiça na localização da garota.

Desaparecida
 
Emily Ketlem sumiu enquanto brincava na porta de casa, no último dia 4, por volta das 17 horas, na avenida Padre Eurácio Giraldi, no bairro Cidade Alta. Ela possui Transtorno de Déficit de Atenção (T.D.H.). Os pais são separados e, no dia do sumiço, o pai havia deixado a menina na casa da ex-mulher por volta das 15 horas. Em seguida, viajou para a cidade de Taiobeiras, conforme relatou em depoimento à polícia. Desde então a menina não foi mais vista.

Tem informações?

A Polícia Civil pede para as pessoas que puderem ajudar nas investigações com informações sobre o paradeiro da criança entre em contato pelo telefone: 0800-2828-197. A ligação é gratuita e não é preciso se identificar.

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