Licitação do puxadinho de Confins fracassa e aumenta o risco de caos

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
18/10/2012 às 07:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:19
 (Carlos Roberto/Hoje em Dia)

(Carlos Roberto/Hoje em Dia)

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, corre sério risco de não ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014.

Com as obras do Terminal 1 atrasadas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Sindicato Nacional dos Empregados em Empresas Administradoras de Aeroportos (Sina), que encaminharam acórdão e relatório ao Ministério Público Federal (MPF), o perigo ficou iminente após o fracasso da licitação para a construção do Terminal 3, o “puxadinho”.

O insucesso do processo foi decretado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), ontem, depois da desistência da última das quatro participantes do leilão em função da diferença entre o que a estatal pretendia pagar e o que ela queria receber. Antes dela, as primeiras colocadas RV, Sial e Marquise, nessa ordem, tinham declinado sob a mesma alegação.

Pela construção do terminal remoto, a Infraero estava disposta a desembolsar em torno de R$ 48 milhões. Mas as propostas das concorrentes variaram de R$ 79 milhões a R$ 141 milhões. A estatal chegou a pedir desconto, mas, mesmo com suaves abatimentos nos valores, nenhuma das interessadas conseguiu chegar perto da quantia desejada.

Fora da realidade

“Não há a menor possibilidade de realizar uma obra desse porte por R$ 48 milhões. Isso é, no máximo, o preço de custo. É um valor totalmente fora da realidade, inviável”, disse Salua Assaf, gerente de orçamento da Sial Construções, com sede em Curitiba.

Segundo ela, os custos são elevados devido à complexidade da obra, que exige alto grau de tecnologia nos sistemas de voo e de segurança, por exemplo. A Marquise informou que a discrepância nos valores foi a razão da falta de acordo.

Alerta ligado

O fiasco na licitação reforçou o sinal de alerta sobre Confins. “O aeroporto está entrando em uma zona crítica. Se não houver uma aceleração imediata, não vamos dar conta nem da nossa demanda, sem falar na Copa do Mundo”, adverte o diretor do Sina, Leandro Pinheiro Castro.

Após refazer alguns cálculos, porém sem obras de grande porte, a Infraero elevou a capacidade atual do aeroporto internacional de 5 milhões de passageiros por ano para 10,2 milhões. O volume é o mesmo esperado para o terminal em 2012.

Com a crescente demanda, porém, a estimativa do sindicato é a de que a quantidade de passageiros dobre em cinco anos, chegando a 20 milhões até 2017. “Sem as obras e reformas necessárias, será o caos”, avisa Castro.

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