Um médico que teria causado o aborto de uma paciente, durante um exame de pré-natal, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). O caso, conforme o órgão, aconteceu em 25 de abril de 2013, em Uberlândia, região do Triângulo Mineiro.
Consta no processo que a paciente estava sendo atendida na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Pampulha quando sentiu fortes dores na barriga. Ela foi encaminhada de ambulância até a UAI Martins, onde foi avaliada pelo suspeito.
Segundo o MPF, o médico realizou exame de toque e solicitou exame de urina da paciente. Em seguida, ele prescreveu um medicamento para dor e liberou a grávida para que ela retornasse à sua residência.
A paciente relatou, no processo, que as dores ficaram intensas, apesar de ter sido medicada, e por isso não acatou a orientação médica e continuou na unidade de saúde. Horas depois, a grávida teve sangramento e foi encaminhada ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Lá, ela seguiu direto para o centro cirúrgico, onde foi Submetida a uma cesariana de emergência. O bebê não resistiu e morreu.
Investigação
De acordo com o MPF, a perícia encontrou, no exame de urina da paciente, a presença de uma proteína que sinaliza a ocorrência de pré-eclâmpsia, o que exigiria do médico que a atendeu um cuidado maior, diante da possibilidade de descolamento prematuro da placenta.
Segundo a denúncia, "o denunciado, a despeito de sua formação e experiência profissional, violou o dever objetivo de cuidado inerente ao seu papel de garantidor, assumindo com sua conduta o risco de causar a morte do feto".
O MPF afirma que o médico, ao fazer seu diagnóstico, "além de não realizar outros exames médicos, ignorou solenemente o quadro clínico da paciente. Além disso, desprezou importantes informações declinadas pela própria gestante, assim como seu quadro de hipertensão gestacional, uma vez que informou usar o medicamento metildopa".