Mais de 70 blocos assinam manifesto contra repressão policial durante o Carnaval

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
15/02/2018 às 18:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:22
 (Cinthya  Oliveira )

(Cinthya Oliveira )

Um manifesto assinado por mais de 70 blocos de Carnaval de Belo Horizonte ganhou grande repercussão nas redes sociais. O texto, contrário as ações truculentas de policiais militares durante o feriadão, teve mais de 350 compartilhamentos e mais de 150 comentários de pessoas com críticas e parabenizações à postagem.

A principal motivação da publicação foi a confusão entre foliões e policiais na dispersão do bloco Filhos de Tcha Tcha, na ocupação Paulo Freire, na região do Barreiro, na noite de segunda-feira (12). De acordo com uma postagem do bloco no Facebook, o cortejo transcorria normalmente até que a polícia começou a agir com truculência, inclusive, contra mulheres e crianças.

Além da violência, os integrantes do bloco também consideraram indevida a prisão de Indianara Mendes, moradora de uma das ocupações, que foi detida por desacato. Ela trabalha na "Gabinetona", nome dado ao gabinete conjunto formado pelas vereadoras Áurea Carolina e Cida Falabella, e foi solta durante a madrugada de terça (13).

O manifesto afirma, ainda, que houve casos de repressão durante os desfiles de outros blocos, como Arrasta Favela, Bloco da Bicicletinha, Bloco da Praia, Bloco do Peixoto, Bloco Me Beija Que Sou Pagodeiro e Tchanzinho Zona Norte.

Conforme o texto, bombas foram atiradas no Kandandu – Encontro de Blocos Afro, festa que abre o Carnaval na Praça da Estação. Em outra ocasião, o show do cantor Marcelo Veronez foi interrompido no palco oficial da Prefeitura de Belo Horizonte na rua Guaicurus.

Por meio de nota, a Polícia Militar informa que não foi comunicada oficialmente sobre o manifesto. “ (A corporação) respeita qualquer manifestação e acredita no ambiente democrático. A instituição salienta que em quase mil eventos, na capital mineira, não houve destaque para a violência, o que ratifica o trabalho feito, principalmente, pela Polícia Militar devido a sua capilaridade. A PM ressalta que irá sempre atuar em face da prevenção dos eventos – o que foi realizado com eficiência no Carnaval 2018 – todavia, sempre que houver ruptura da ordem pública, agirá no sentido de restaurá-la nos limites previstos pelo uso diferenciado da força e do ordenamento jurídico em vigor”.

Veja o manifesto:

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