Mapeamento em aglomerados irá traçar plano para reduzir taxas de homicídios em BH

Ana Júlia Goulart
agoulart@hojeemdia.com.br
27/11/2017 às 19:42.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:54
 (Ana Júlia Goulart/Hoje em Dia)

(Ana Júlia Goulart/Hoje em Dia)

A partir de um diagnóstico nos aglomerados da capital, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) irá definir um plano de ações para reduzir a criminalidade. A administração municipal assinou, ontem, carta de intenções que prevê a diminuição das taxas de homicídios em 50% em dez anos.

O acordo foi firmado com o Instituto Igarapé, ONG que atua com pesquisas na área de segurança, durante o 1º Seminário de Prevenção ao Crime e à Violência, realizado na Faculdade de Medicina da UFMG. O evento contou com um grupo de especialistas que debateu o assunto.

América Latina, nos próximos dez anos

O projeto piloto será implementado no bairro Alto Vera Cruz, na região Leste de BH, que em 2016 registrou dez assassinatos. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp), o local lidera as estatísticas de homicídios na cidade. Nesse primeiro momento, uma força-tarefa irá mapear os números do bairro. A ideia é criar um documento com as estatísticas de violência na localidade. O segundo passo é uma discussão com a comunidade. As ações devem ser construídas em parceria com os moradores.

“Cada bairro terá o seu plano de ações, que será construído levando em consideração os públicos mais vulneráveis, como jovens e mulheres”, garante Márcia Alves, diretora de Prevenção Social ao Crime, da Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção.

Apesar de não especificar cada item que fará parte do projeto para alcançar a meta estabelecida, a pasta pretende envolver outros setores da prefeitura, como Saúde, Esportes e Cultura.

Carta de intenções assinada ontem pela Prefeitura de Belo Horizonte homologa a entrada da capital na campanha “Instituto pela Vida”, que vai priorizar a prevenção a homicídios na agenda de segurança da cidade

Missão

Menor área territorial, baixo número de facções e poucos registros de milícias e corrupção policial. Esses são fatores que indicariam um caminho mais fácil para a capital mineira no combate e prevenção a homicídios e crimes violentos, se comparada a outros grandes centros urbanos, segundo o especialista Jaílson Souza, do Observatório de Favela e do Plano de Redução da Violência Letal do Rio de Janeiro.

Um dos convidados do seminário, ele afirma que a ação necessita de planejamento e efetividade. “Não há receita de bolo para combater os homicídios. Isso que está acontecendo aqui, de planejar, é o primeiro passo. Depois, precisamos entender as realidades dos aglomerados para definir com os setores da sociedade civil a melhor forma de agir”.

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