Medo nas ruas: homem tenta agarrar mulher um dia após estupro na mesma região

Renato Fonseca
rfonseca@hojeemdia.com.br
05/10/2016 às 19:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:07
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

Um dia após uma mulher de 47 anos ser estuprada a caminho do trabalho, no bairro Funcionários, Centro-Sul de Belo Horizonte, por pouco uma jovem de 30 não se torna mais uma vítima. Por volta das 8h de ontem, ela seguia em direção ao serviço quando foi abordada por um homem que segurou com força um dos braços dela e gritou: “vem aqui”.

A jovem conseguiu se soltar e saiu correndo em busca de socorro. Em seguida, procurou a polícia e prestou queixa. A nova tentativa de abuso chama ainda mais a atenção por ter ocorrido na mesma região do primeiro caso e também na parte da manhã. A vítima tinha acabado de descer do ônibus e estava na rua Paraíba, a apenas um quilômetro do estupro registrado na rua Piauí, na terça-feira passada.

A mulher pediu para não ser identificada, mas contou alguns detalhes dos segundos de horror vividos. Bastante atordoada, ela alterna o semblante abatido e a postura cabisbaixa com as mãos inquietas e o elevado tom de voz. “Não tinha ninguém na rua e ele olhou diretamente para mim. Quando assustei, veio em minha direção e tentou me agarrar”.

Segundo ela, o homem era alto, tinha o cabelo “bagunçado” e uma barba rasa. “Eu estava com três bolsas e, em momento algum, ele pareceu que iria me roubar. Na hora pensei o pior, mas graças a Deus consegui escapar”. Assustada, ela que mora na Pampulha e trabalha na região hospitalar, promete mudar os hábitos. “Pretendo fazer rotas alternativas, a cada dia, para chegar ao trabalho”.

De janeiro a agosto deste ano foram registrados consumados em Belo Horizonte

foi às ruas e conversou com mulheres que trabalham na região, principalmente nas primeiras horas da manhã. A sensação de insegurança é latente em todas elas, que temem ser assaltadas ou violentadas.

“A gente tem medo todo dia, independentemente do horário. Abro a loja sozinha, às 6h. Falta mais presença da polícia e quase não passa ninguém na rua. Se algo acontecer não tem nem para quem pedir ajuda. Após casos como esses, é preciso ficar ainda mais atenta”, disse a supervisora de um restaurante. 

O coro por mais policiamento é engrossado pela vendedora de uma farmácia, que também lembra um caso semelhante ocorrido há algum tempo. “Já vi acontecer aqui na porta. Um homem estranho saiu correndo atrás de uma mulher”, diz.

Policiamento reforçado

A Polícia Militar evita comparações entre os casos, mas não descarta que o mesmo homem possa ter atacado as duas mulheres. O chefe da sala de imprensa da PM, capitão Flávio Santiago, garante que o policiamento foi reforçado e patrulhas em busca dos suspeitos estão em andamento. “A polícia está no encalço dos autores. Trabalhamos para localizar e efetuar a prisão o mais rápido possível”. 

Apesar de não informar quantas câmeras de monitoramento existem na região, ele disse que as filmagens estão sendo utilizadas para ajudar nos trabalhos e pede a ajuda da população. “Conclamamos as pessoas que reforcem as denúncias. O telefone 190 e o Disque 181 têm sido canais importantes no combate ao crime”.

(Com Mariana Durães)
 

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