Menina de 9 anos vence câncer e pais celebram com festa na Santa Casa de BH

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
28/02/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:36
 (Pedro Gontijo)

(Pedro Gontijo)

Terminar o tratamento é motivo de festa para quem luta contra o câncer há anos. As razões para comemorar são ainda maiores quando os guerreiros são crianças que passaram por esse doloroso processo. O sucesso da terapia ocorre em 70% dos casos no ambulatório de oncologia pediátrica da Santa Casa de Belo Horizonte.

Essa terça-feira (27) foi a vez de Isabela Santos Melo, de 9 anos, retomar a vida após três anos se tratando contra uma leucemia. A alta da pequena, que é atleticana, foi celebrada pela família com o mascote do time de coração, o Galo Doido, no próprio hospital. A festa alegrou pacientes, pais e equipe médica.

Desde junho de 2017, quando o ambulatório foi criado, 33 pacientes já receberam alta e outros 81 realizam quimioterapia regularmente para tentar vencer todo tipo de câncer. 

A coordenadora de enfermagem da unidade, Fabiana Lessa, explica que a leucemia é o câncer mais comum em crianças e o tratamento dura cerca de quatro anos. Ela reforça que celebrar a fase de remissão da doença, em que não há sinais, é essencial.

“Esse momento é único porque estamos comemorando a vida das crianças. Isso nos renova e nos faz acreditar que estamos no caminho certo”, declara. A “grande vitória” de Isabela, como define o pai da menina, Fábio de Oliveira Melo, de 43 anos, foi festejada após a última consulta de acompanhamento no ambulatório. 

Cantando “eu estou bem, tudo está bem, cada celulinha do meu corpo está bem” com os funcionários do local, a garota deixou a sala do médico com um sorriso no rosto. Com a alta, Isabela poderá retomar as atividades diárias, ir para a escola, se divertir e brincar fora de casa.

A doença custou à família muita dedicação e força de vontade. No último ano, a criança ficou afastada da escola e passou a fazer as tarefas em casa, acompanhada pelos pais. “Como os médicos recomendaram, não era seguro ainda ela ir para o colégio. A Isabela também ficou com bastante vergonha por causa do cabelo, que caiu com a quimioterapia”, conta Fábio.

Com a alta, além de reencontrar os colegas de classe, a pequena poderá se dedicar a uma vontade antiga: aprender a tocar violão. “Quero muito fazer aulas, meus pais disseram que já vamos começar”, diz. Ela também relata que está animada para reencontrar os amigos e poder fazer atividades simples, como ir ao clube.

Felicidade

A festinha, organizada pelo pai da garota, que é servidor administrativo do Atlético, alegrou crianças e pais que estavam no ambulatório, inclusive quem não é atleticano, como Nicolly Alves, de 7 anos, que também faz tratamento contra uma leucemia. 

“Sempre venho aqui, mas não é toda vez que está todo mundo reunido. É muito legal, a gente fica feliz, só seria melhor se fosse do Cruzeiro”, brinca.

Os olhos do pequeno Bryan Lucas Gonçalves, de 7, brilharam ao ver o Galo Doido. Ele correu para tirar uma foto com o mascote. A mãe do garoto, Aline Mara de Souza, de 31, comemora. “É muito bacana ter algo diferente no hospital. São crianças e, por causa do tratamento, a gente não pode levá-las a muitos lugares, então isso traz alegria”, ressalta.

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