Menos da metade das crianças e gestantes de BH se vacinaram contra a gripe

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
23/05/2018 às 20:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:13
 (Pedro Cisalpino/SES/Divulgação)

(Pedro Cisalpino/SES/Divulgação)

Faltam menos de dez dias para o fim da campanha de vacinação contra a gripe e cerca de um milhão de pessoas no Estado ainda não tomaram a dose que pode evitar a doença. Neste ano, o vírus causador da enfermidade, o influenza, já infectou 53 mineiros. Em Belo Horizonte, nem metade das gestantes e crianças de seis meses a quatro anos estão protegidas.

A baixa procura preocupa autoridades. Não há previsão de prorrogação do prazo da campanha, que termina em 1º de junho, e o principal mutirão foi realizado no último dia 12. Na capital, pouco mais de 500 mil pessoas foram imunizadas, sendo que a meta é de pelo menos 815 mil. 

Coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Gisele Nacur explica que a proteção só faz efeito, de fato, um mês após ser aplicada. Por esse motivo, a proximidade do inverno reforça a necessidade de se prevenir o quanto antes.

“Gestantes e puérperas que já tendem a ter baixa imunidade não podem vacilar. Fica também o alerta para os pais: onde estão as crianças que até agora não tomaram a dose?”, questiona Gisele.

Uma mulher de 63 anos morreu em BH, há 20 dias, depois de receber a imunização contra a influenza. A prefeitura da capital ressaltou que o caso é isolado e não coloca em xeque a eficácia da proteção

Desinformação

A desinformação em relação à gravidade do vírus da gripe é um dos motivos para a falta de prevenção. A avaliação é da infectologista Silvia Hees.

A médica afirma que muitas pessoas ainda duvidam da evolução da enfermidade e até acreditam que se trata de um simples resfriado. “Certamente, com uma baixa cobertura, o número de casos pode aumentar, além da possibilidade de combinações. Ou seja, a pessoa pode ter outras infecções bacterianas junto com a gripe”, explica.

Agilidade

A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Janaína Almeida, classifica o quadro como “preocupante”. Ela afirma que a população precisa buscar a dose rapidamente. Em Minas, a cobertura vacinal ainda está em 73%. 

“Passado o prazo da campanha, teremos muita gente desprotegida e sabemos que os vírus estão circulando fortemente nesse momento. A recomendação é procurar um posto de saúde assim que possível”. 

A vacina contra a gripe está disponível gratuitamente na rede pública de saúde para os grupos prioritários. Especialistas indicam que, para a população acima de 60 anos, também é preciso tomar a dose da pneumocócica, que previne a pneumonia e tem duração de quatro anos.

Na capital, a proteção é disponibilizada nos 152 centros de saúde. Para recebê-la, é necessário apresentar o cartão de vacinação, documento de identificação e estar cadastrado em algum posto. Os que não tiverem inscrição precisam levar o comprovante de residência.

Em 2017, 163 pessoas foram infectadas pela influenza em Belo Horizonte. Desse total, 23 pessoas morreram. Editoria de Arte

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