Mesmo antes do término da reforma, área em frente à Assembleia é depredada

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
19/06/2015 às 06:26.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:32
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Insegurança, vandalismo, usuários de drogas e moradores de rua. Quem frequenta a praça Carlos Chagas, mais conhecida como Praça da Assembleia (bairro Santo Agostinho), convive com essa realidade em meio à reforma da área de lazer, que deve ser entregue em agosto. No início desta semana, o piso emborrachado instalado no “parquinho”, em substituição à areia, foi queimado durante a noite e a escadaria próxima à igreja Nossa Senhora de Fátima, pichada.
 

“O parquinho foi o primeiro a ficar pronto, mas já está sujo, depredado e não foi liberado para as crianças. Não adianta fazer reforma e não cuidar. A praça não era um lixo”, observa a arquiteta Izabela Maria Dias Fonseca, que caminha quatro vezes por semana no local.


O administrador de empresas Lucas Mascarenhas, de 54 anos, que se exercita na praça três dias na semana, acredita que a segurança precisa de mais atenção. “A iluminação parece que ficou legal, mas é complicada essa quantidade de moradores de rua no entorno do coreto”.


“Cansei de vir aqui com as minhas meninas e ver gente usando droga. O mais importante é resolver a situação de moradores de rua e usuários de crack, que deixam sujeira por toda parte”, completa Izabela Fonseca. De manhã, segundo ela, há sempre camisinhas e garrafas de bebida no chão.


Cronograma


Patrocinada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a revitalização, ao custo de R$ 12,6 milhões, está atrasada em sete meses. “A reforma é bem-vinda, apesar da demora em reabrir ao público. Os vizinhos estão ansiosos para ver a praça nova”, diz o vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Santo Agostinho (Amagost), André Gontijo.


O atraso das obras, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), ocorreu para atender eventos do Legislativo e da igreja. “O cronograma foi reprogramado em função do acréscimo de serviços não previstos inicialmente, como substituição do meio-fio, execução de sarjetas, e em virtude da fragmentação em etapas das obras por demandas da comunidade local e da ALMG”, informou o órgão por meio de nota.


Ao lado da Assembleia - Operários da Sudecap cuidam da revitalização da praça; intervenções custarão R$ 12,6 milhões

Poucas ações de vigilância e muitas obras por fazer


Quem frequenta diariamente a praça Carlos Chagas cobra a presença da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH), que poderia evitar os atos de vandalismo.


Por meio de nota, a GMBH informou que, historicamente, o local conta com a vigilância da Polícia Militar (PM) e que não existe previsão de emprego da Guarda na praça. Já a PM disse estar indefinida a forma como será feita a segurança, uma vez que a Polícia Legislativa cuida apenas do prédio da Assembleia.


O que falta?


Estão em execução a montagem da estrutura que vai sustentar o painel feito por Burle Marx e Haruyoshi Ono para a praça em 1975, a substituição da calçada portuguesa no entorno da Assembleia, instalação de fontes ornamentais interativas, reforma do playground e do núcleo de apoio, implantação de sistema de irrigação.


Falta a implantação de paisagismo e da rede de drenagem, a recuperação do abrigo de ônibus, substituição da banca de revistas, recuperação da guarita e da instalação sanitária da PM, reforma da área de ginástica e substituição do mobiliário urbano, implantação de bicicletário, sinalização podotátil e melhorias de acessibilidade.


Dois playgrounds deverão compor o espaço, mas apenas o antigo teve os brinquedos recuperados.


 

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