Metroviários descumprem liminar e deixam 230 mil passageiros 'na mão'

Renata Evangelista - Hoje em Dia*
19/03/2014 às 07:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:43
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Os metroviários de Belo Horizonte cumpriram a promessa de paralisação geral de 24 horas e não circularam com o metrô nesta quarta-feira (19). Com isso, a categoria descumpriu determinação da Justiça do Trabalho, que exigia o cumprimento de uma escala de 70% no horário de pico e 50% nos demais, sob multa diária de R$ 50 mil. O reflexo foi trânsito intenso na cidade.   A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) confirmou que as 19 estações da capital mineira estão fechadas. Por dia, o metrô atende cerca de 230 mil passageiros, que com a greve dos trabalhadores tiveram que recorrer aos ônibus ou carros para chegarem aos seus destinos.   Conforme vice-presidente do Sindicato dos Metroviários (SindMetro), Romeu José Machado Neto, a categoria irá recorrer da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que impôs multa pela paralisação geral. Segundo ele, duas reuniões estão agendadas com representantes dos governos estadual e federal, mas não há possibilidade do metrô voltar a circular nesta quarta. "Não tem como voltar hoje. Mesmo se quissessemos não tem como voltar porque não vamos ter o contato de todos os trabalhadores", disse.   A partir das 8 horas, os metroviários irão se concentrar na Praça da Estação e, de lá, irão seguir em passeata até o Ministério do Trabalho - que fica na rua Bernardo Guimarães, bairro Funcionários -, onde ocorrerá audiência de conciliação às 10 horas. Às 14h30, o SindMetro irá participar de reunião no TRT.  

Cartazes foram afixados nas estações informando sobre o protesto (Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia) Trânsito   A paralisação dos metroviários afeta diretamente o transporte coletivo em BH. O que se vê em vários locais da cidade são pontos de ônibus lotados: são passageiros que tiveram que buscar outras alternativas para chegar à escola ao ao trabalho.   As principais avenidas também registram congestionamento por conta do aumento do número de carros. Na Via Expressa, o trânsito está lento desde a altura do bairro Coração Eucarístico, na região Oeste, até o Centro. As avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado também estão com o fluxo de veículos intenso.   Na Estação São Gabriel (Noroeste), muita gente se expreme nas plataformas do BRT/Move, na tentativa embarcar nos ônibus articulados do sistema de transporte inaugurado recentemente. Os ônibus encontram pista livre até o Centro, mas a linha que segue para a região hospitalar fica retida no tráfego em pista mista na avenida dos Andradas.   Trabalhadores cruzaram os braços, por um dia, em protesto contra a possível privatização do metrô.  

Por causa da greve, o fluxo de veículos nas ruas foi maior nesta manhã (Foto: Igor Guimarães/Colaborador)   Reivindicação   Os metroviários estão insatisfeitos com a privatização do metrô e teme uma demissão em massa e o aumento das passagens. “No Rio de Janeiro, após a privatização, foram mais de 3 mil demissões”, recordou ele, destacando que outro reflexo foi o reajuste  da passagem  que passou de R$ 1,60 para R$ 3,20”, explicou Romeu.    Reforço   Em função da paralisação do metrô, programada para esta quarta-feira (19), a BHTrans planejou um aumento na frota do BRT/Move em 72,2%. Na Estação São Gabriel serão disponibilizados mais 13 ônibus nas linhas 83D (Estação São Gabriel/ Centro – Direta) ou 83P (Estação São Gabriel/ Centro – Paradora), dependendo da demanda, a partir das 5h30. Os 13 ônibus se juntarão aos 18 veículos que já circulam diariamente pelas avenidas e ruas de Belo Horizonte.     Ainda segundo a autarquia, na Estação Vilarinho, a linha 60 (Venda Nova/ Centro), vai operar com mais cinco veículos a partir das 5h. Segundo a assessoria de imprensa da BHTrans, o quadro de horário dos ônibus também serão alterados, aumentando o número de viagens. O objetivo é diminuir o impacto do aumento do número de usuários, cerca de 230 mil passageiros,  no transporte coletivo gerado pela ausência do atendimento do metrô e oferecer outra opção de deslocamento para os usuários.   A mesma medida deve ser adotada pelo Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER). Segundo a assessoria do órgão, a orientação é, se houver paralisação do metrô, que todo o sistema  se organize para oferecer mais veículos entre as estações Eldorado e o Centro de Belo Horizonte.     *Com Igor Guimarães

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