Metroviários são multados e suspendem greve até o fim de março

19/03/2014 às 20:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:44
 (Renato Cobucci)

(Renato Cobucci)

  Os metroviários de Belo Horizonte descumpriram liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e foram multados nesta quarta-feira (19) em R$ 50 mil. Eles paralisaram as atividades durante todo o dia, sem fazer escala mínima. Nesta quinta-feira (20), os trens voltam a circular normalmente e o compromisso firmado no TRT entre empregados e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é de o movimento de greve fique suspenso até 31 de março.   Este é o prazo para a CBTU apresentar à categoria esclarecimentos sobre o processo de transferência dos serviços, hoje prestados pela companhia para a Metrominas – empresa pública criada em 1997 com participação do Governo de Minas e das prefeituras de BH e Contagem.   O Sindicato dos Metroviários cobra “transparência” no processo de estadualização e privatização do metrô, pois a Metrominas pretende passar a gestão para uma parceria público-pivada (PPP).   Audiência No inicio da audiência desta quarta, a magistrada repreendeu a atitude do sindicato, que não respeitou a determinação da liminar expedida no dia anterior, onde constava a obrigação de garantir funcionamento mínimo do serviço. Constatado, inclusive com a confirmação das partes, que a decisão tinha sido desrespeitada, pois nenhum trem chegou a circular no dia, a multa ao sindicato prevista nessa decisão judicial foi mantida.   Diretores e advogados do sindicato dos trabalhadores (Sindimetro) alegaram que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) – atual responsável pelo metrô na capital – e o governo federal estão ocultando informações sobre uma suposta transferência do controle das operações dos trens para empresa controlada pelo governo do estado, ou para a iniciativa privada. Esta situação estaria gerando incerteza quanto à manutenção de empregos dos trabalhadores, segundo o sindicato.   Teste para o BRT Nesta quarta, cerca de 230 mil passageiros ficaram sem o transporte sobre trilhos e lotaram os veículos do BRT/Move e os ônibus convencionais.   Na estação São Gabriel, a plataforma de embarque nas linhas com sentido ao centro da capital ficou lotada, no início da manhã, com muito empurra-empurra para entrar nos veículos.   Agentes da BHTrans tiveram trabalho para organizar a multidão que tentava forçar a entrada nos ônibus articulados, mesmo com a lotação esgotada. O Hoje em Dia presenciou dois cadeirantes com dificuldade para entrar nos coletivos. Eles precisaram do alerta dos agentes para as pessoas aglomeradas se afastarem.   Mas na primeira prova de fogo, pois até então havia circulado abaixo da capacidade, o Move deu conta do recado. Os tumultos eram rapidamente dispersados com a chegada de mais ônibus.   A BHTrans informou que reforçou o quadro com mais 13 veículos na estação São Gabriel e cinco na Vilarinho. Mas não foi informado o aumento da demanda no Move em virtude da paralisação do metrô.   Segundo o SindMetro-MG, a adesão ao movimento foi de 98%. Na estação Eldorado do metrô, em Contagem, na Grande BH, a situação foi mais tranquila, mas muitos passageiros deram de cara com os portões fechados.

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