Minas Gerais tem creches mais cheias e 2º grau "esvaziado"

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia
22/12/2012 às 11:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:56
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Entre 2011 e 2012, o número de crianças mineiras matriculadas em creches e pré-escolas públicas aumentou cerca de 6%. No mesmo período, caiu quase 5% a quantidade de adolescentes e jovens de Minas Gerais inscritos nos ensinos fundamental e médio em escolas do município e do Estado.

Os dados, divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), fazem parte da pesquisa do Censo Escolar deste ano e refletem as superações e os desafios do Estado quando o assunto é educação.

Superintendente de Informações Educacionais da Secretaria de Estado da Educação (SEE), Vânia Liberato afirma que o crescimento das matrículas no ensino infantil é uma tendência nacional que se repete em Minas.

“Antigamente, os pais não davam tanto valor para essa etapa escolar. A partir do momento em que despertaram para a importância da educação infantil, aumentou a procura por vagas em creches e pré-escolas”.

Eleições

Mais do que isso, o professor de política educacional da PUC Minas, Carlos Roberto Jamil Cury, atribui ao período eleitoral deste ano o salto de 109 mil para 125 mil nas inscrições em creches e de 313 mil para 325 mil nas pré-escolas.

Segundo ele, os prefeitos tendem a ceder aos principais pedidos da população no período que antecede as eleições. Isso pode ter ocorrido em 2012. “Escolinhas são uma das exigências dos pais, principalmente dos que vivem em bairros de vulnerabilidade social”.

Ele lembra que, com a diminuição das famílias, menos parentes ficam disponíveis para tomar conta das crianças.

Ensino Fundamental

A transição demográfica no Brasil também explica a redução do número de matriculados no ensino fundamental. Segundo o Censo Escolar, 2,6 milhões de estudantes estavam inscritos nesta etapa em 2011, contra 2,4 milhões em 2012.

“É uma questão demográfica. As mães estão tendo menos filhos. Por isso, o fluxo de entrada de alunos na escola tende a diminuir”, diz o especialista.

Essa é a mesma justificativa de Vânia Liberato. Segundo ela, o recuo era esperado. “Já tínhamos alcançado a universalidade dessa fase de ensino no fim da década de 90. Isso significa que quase 100% dos estudantes estavam no ensino fundamental.
Agora, com a queda na taxa de natalidade, a demanda deve diminuir a cada ano”. (Colaborou Izabela Ventura)

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