Mineira usava perfis falsos para roubar mulheres de classe alta; entenda

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
13/03/2017 às 11:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:43

Uma mulher de 30 anos que utilizava aplicativos e redes sociais de namoro, como o Tinder, para se aproximar de outras mulheres e pedir dinheiro foi presa pela Polícia Civil (PC) em João Monlevade, na região central do Estado. Segundo os investigadores, uma das vítimas chegou a fazer depósitos de cerca de R$ 30 mil na conta suposta estelionatária. 

A Polícia Civil conseguiu identificar quatro mulheres, com idade entre 36 e 40 anos, que foram vítimas do crime. Ao todo, nos casos relatados, ela conseguiu arrecadar R$ 50 mil. O perfil das vítimas mostra que elas tinham curso superior, família e eram de classe média alta, segundo a delegada Renata Fagundes, da 2ª delegacia de Crimes Cibernéticos, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes da PC. 

A suspeita criava perfis masculinos e femininos nas redes sociais utilizando fotos de outras pessoas para manter relacionamentos virtuais com as vítimas. Pierre, Bernardo, Tiago e Virgínia foram alguns dos nomes e personagens adotados pela suspeita para conversar com as mulheres. 

De acordo com a delegada, a suspeita mantinha relacionamentos virtuais com as vítimas, que duraram de um a cinco meses, dependendo do caso. Os diálogos eram constantes e, em certo momento, ela inventava situações de emergência em que precisava de dinheiro emprestado e convencia as mulheres a dar a quantia pedida. 

Em uma das ocasiões, a investigada afirmou que era piloto de avião de uma companhia aérea francesa. O homem estaria afastado do trabalho e precisava de R$ 3 mil emprestados para comprar uma passagem para buscar uma indenização de R$ 80 mil euros.

Farsa

A teia de mentiras era tão complexa que a suspeita se aproximava e conquistava a confiança das mulheres dizendo que era irmã dos personagens que ela representava. Assim, ela tinha contato pessoal e convívio frequente com as vítimas, e reforçava a veracidade das histórias que contava. Todos os depósitos bancários eram feitos na conta da própria acusada, que representava o papel de irmã. 

Uma das vítimas conheceu pessoalmente a investigada e a mãe dela. Além disso, a suspeita morou na casa de uma das namoradas ao mesmo tempo em que trabalhava como doméstica na residência de outra. 

Quando as mulheres suspeitaram que o relacionamento era falso e denunciaram o caso à Polícia Civil, a suspeita chegou a fazer ameaças de morte aos filhos de uma das vítimas. Ao descobrir a farsa e perceber que o namorado virtual não existia, a mulher que manteve o relacionamento mais longo, de cinco meses, chegou a tentar suicídio. 

A suspeita está presa preventivamente e responderá pelo crime de estelionato, que tem pena de um a cinco anos de prisão. Ela também já tem passagem pela polícia por ameaça. 

Cautela

A delegada Renata Fagundes acredita que possam haver outras vítimas do crime. Ela relata que na última quinta-feira, dia da prisão da suspeita, ela ainda mantinha o perfil no Tinder, se apresentando como Virgínia. Ela alerta para que homens e mulheres fiquem atentos ao utilizar a rede social e evitem depositar dinheiro para estranhos: 

"Se você conheceu a pessoa e iniciou um relacionamento, tente não criar um vínculo tão rapidamente. Se ela começou a te pedir dinheiro por algum motivo, qualquer que seja a alegação, desconfie", afirma. Ela recomenda ainda que as pessoas que estão em relações virtuais busquem as imagens utilizadas pelo parceiro ou pela parceira na internet, para verificar a veracidade das fotografias.

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