Morte de lavrador em cadeia revolta "roça"

Carlos Calaes - Do Hoje em Dia
13/11/2012 às 13:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:14
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

“Moro na roça e não confio em gente da cidade, não. Esse povo que fez essa covardia com meu filho precisa de um corregimento (sic) para não acontecer com outras pessoas”.

Com esse desabafo simples e direto, o lavrador José Francisco Rodrigues, o “Zé da Joana”, de 94 anos, se referiu ao assassinato do filho Vandir Nestor Rodrigues, de 33 anos. O rapaz, também lavrador, foi preso na tarde do dia 8 com sintomas de embriaguez quando pilotava uma motocicleta.

Levado para a sala de triagem com 13 detentos do presídio de Palmital, em Santa Luzia, na Grande BH, ele foi espancando, brutalizado e executado na madrugada de domingo.

Ontem, o Hoje em Dia esteve na localidade de Baú, distrito de Nova União, onde encontrou “Zé da Joana”. Ele havia acabado de enterrar o filho no cemitério de Carmo, um distrito próximo. No pequeno povoado, todos estavam muito revoltados. “Não chorei porque tenho o coração duro. Mas foi uma covardia danada o que fizeram com o meu filho”.

De baixa estatura e pele curtida pelo sol, o lavrador, muito lúcido, ainda não conseguiu entender por que o filho foi morto. “Ele morou comigo um tempo e tinha sua terra, plantava banana. Ele levou a moto para consertar e voltou dentro de um caixão”, disse, olhando para o terreiro.

Vandir foi sepultado na manhã de ontem. A irmã dele, Aparecida Rodrigues, de 42 anos, disse que o irmão fazia uso de remédio controlado. “Queremos apenas justiça”, resumiu.

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