Mortes por HIV caem em Minas, mas especialistas recomendam não descuidar da prevenção

Ana Cláudia Ulhoa
aulhoa@hojeemdia.com.br
30/11/2016 às 20:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:53
 (PBH/Divulgação)

(PBH/Divulgação)

As mortes por HIV caíram pela metade em Minas. Até novembro deste ano, 129 pessoas perderam a vida após contrair o vírus – cerca de 11 por mês. Em 2015, a média era de 22 óbitos a cada 30 dias, conforme a Secretaria de Estado de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a redução é consequência da oferta de medicamentos mais eficazes e tratamentos gratuitos pelo SUS.

Apesar da redução, o alerta para a doença permanece, principalmente hoje, quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. No Brasil, 112 mil pessoas vivem com o HIV, mas não sabem, aponta a União. Homens mais jovens são os mais vulneráveis. Enquanto que em 2006 a razão entre os sexos era um caso em mulher para cada 1,2 em homem, em 2015, é de um em mulher para cada três em homens. Além disso, os casos em mulheres têm apresentado queda em todas as faixas etárias, em especial na de 25 a 29 anos.

O infectologista e professor da Faculdade de Medicina de UFMG Dirceu Greco lembra que a maneira mais eficaz de se prevenir é usando camisinha, e as pessoas sabem disso. “Se você perguntar qual é o melhor método, elas vão dizer que é o preservativo. Agora, para transferir esse conhecimento para o dia a dia existe uma série de barreiras”.

Ele afirma que várias pessoas se expõem a situações de risco por não carregarem uma camisinha com elas ou por esperar que o parceiro tome a iniciativa de se prevenir. A vergonha de falar sobre o assunto também atrapalha. “Até no consultório as pessoas ficam constrangidas. Neste ano, os médicos foram instruídos a oferecer nas consultas os testes de HIV, síflis e hepatites B e C. A vantagem é que se o exame der positivo podemos indicar o tratamento. Negativo, uma oportunidade para discutir a prevenção”.

O infectologista ressalta que o vírus não tem preferência por gênero, faixa etária ou opção sexual e pode ser transmitido por compartilhamento de agulhas e seringas infectadas e de mães soropositivas para os filhos na gestação.

Em Minas, foram 2.606 casos de gestantes com HIV entre 2007 a 2016. O tratamento adequado durante o pré-natal ajuda a manter os filhos longe da doença. Do total de mães doentes, 231 crianças contraíram a Aids. No Estado, o acompanhamento da grávida sosopositiva é realizado, preferencialmente, nos Serviços de Atenção Especializada e nas Unidades Básicas de Saúde.

Preconceito

Dirceu Greco diz ainda que é preciso combater o preconceito. “Algumas pessoas sabem que o HIV não se pega com carinhos e uso comum de utensílios domésticos ou banheiros, mas elas ficam com medo”.Editoria de Arte 

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