Motim na penitenciária de Neves termina, mas PM e familiares dos presos fazem plantão na porta

Liziane Lopes e Ana Cláudia Ulhôa
llopes@hojeemdia.com.br
17/01/2017 às 08:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:26

Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) volta ao local para acompanhar as negociações com os presos. 

Nessa segunda-feira (16), por volta das 20h, os presos começaram a queimar os colchões e atirá-los para fora das celas de três pavilhões. Cerca de 470 pessoas que estão reclusas no presídio alegaram que sofrem tortura psicológica, física, falta de atendimento médico e psicológico, além de assédio contra familiares por parte dos agentes penitenciários. Para melhorar as condições em que vivem, eles pedem a troca da direção do presídio.

Em um vídeo que circula na internet, os presos criticam o diretor da Dutra Ladeira, Rodrigo Machado, pedem que ele ouça as reivindicações e ameaçam: "Nós vamos meter fogo em tudo. Vai queimar, vai morrer gente. Não é brincadeira".

Segundo Fábio Pilo, presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), os detentos já haviam começado um protesto nesta manhã. Eles fizeram greve de fome e recusaram o café da manhã fornecido pela penitenciária. Representantes da OAB, Ministério Público e Defensoria Pública de Minas Gerais foram chamados para conduzir as negociações.

Fábio explicou que durante a conversa ficou decidido que as entidades presentes iriam reportar ao diretor do presídio todos os abusos que o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da polícia estava cometendo. No entanto, a situação voltou a se complicar. O presidente da comissão acredita que pessoas de fora da penitenciária possam ter incitado os presos a protestarem novamente. 

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), por meio de nota, confirmou as informações sobre o motim, mas ressaltou que não houve nenhuma fuga. A Seap também afirmou que "o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e o Comando de Operações Especiais (COPE), ambos da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), estão no local para conter o protesto, com o apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros".

A Seap informou ainda que houve, por parte dos presos, uma insatisfação com o recrudescimento dos procedimentos de segurança e a supressão de regalias, mas que em momento algum houve agressão ou qualquer situação que pudesse provocar constrangimento aos detentos.

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