MP flagra derrubada de 250 pequizeiros no Norte de Minas

Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
05/09/2012 às 07:05.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:01
 (Dione Afonso/Hoje em Dia)

(Dione Afonso/Hoje em Dia)

MONTES CLAROS – Cerca de 250 pequizeiros foram derrubados na fazenda Sussuapara, em Patis, no Norte de Minas, conforme flagrante realizado pela Curadoria de Meio Ambiente do Ministério Público que, acompanhando da Polícia Militar de Meio Ambiente realizou a fiscalização na última sexta-feira.

A fazenda pertence ao engenheiro agrônomo Valmir Morais de Sá Filho, que na última terça-feira (4) a tarde foi autuado formalmente, recebendo o auto de infração. Ele é filho do prefeito Valmir Morais de Sá, presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene.

A promotora Aluísia Beraldo Rodrigues, da Curadoria de Meio Ambiente do Ministério Público, fez questão de acompanhar a investigação, após receber a denúncia anônima do crime ambiental.

A assessoria de Valmir Morais de Sá informou que o desmatamento da área estava acobertado por autorização ambiental e, por falha de um dos responsáveis pelo serviço, acabou ultrapassando o limite permitido. Ele nega que tenha havido tantos cortes de pequizeiros, pois estima que sejam apenas 35.

A derrubada dos pequizeiros revoltou Álvaro Carraro, coordenador executivo do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, pois ele entende que isto já é reflexo das mudanças na Lei Pro-Pequi, aprovada recentemente pela Assembleia Legislativa, ao abrir precedente para a derrubada dos pequizeiros. Os movimentos sociais estão estudando como entrar com ação judicial para derrubar a lei, por considerá-la um retrocesso ambiental. Carraro lembrou que a cadeia produtiva do pequi já estava se revigorando, mas ficou enfraquecida.

O professor Teddy Marques, do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG e do Núcleo do Pequi, afirmou que a derrubada de 250 pequizeiros é uma quantidade muito elevada, ainda mais que esta árvore é imune ao corte, causando um dano irreparável ao patrimônio natural do Norte de Minas e do cerrado. Ele observou que a multa cobrada é pequena e estimula os infratores.

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